Por meio do programa da ApexBrasil, oito compradores de cinco países estarão no Piauí para fazer negócios com 25 empresas brasileiras do setor de mel e própolis. O grupo também visitará cooperativas e empresas que produzem e exportam esses produtos
Da Redação (*)
Brasília – Uma delegação de 25 empresas brasileiras do setor de mel e própolis chegou a Teresina, no Piauí, para fazer negócios com oito compradores internacionais. A atividade acontece no marco de mais uma rodada do Exporta Mais Brasil, programa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) que busca uma aproximação ativa com todas as regiões do país para alavancar suas exportações, em diferentes setores da economia. Desta vez, as atividades contam com a parceria da Investe Piauí, agência de investimentos do Governo do Piauí.
Procedentes de 14 estados brasileiros, sendo seis do Piaui, as empresas se encontrarão com os compradores estrangeiros na quarta-feira (3), na sede do hub Investe Piauí [Av. Miguel Rosa, 2932, Centro, Teresina]. O objetivo é promover conexões e oportunidades de negócios para ambas as partes. As rodadas serão realizadas das 9h às 12h e das 14h às 17h, a partir de um serviço especializado de matchmaking que levou em conta as demandas dos importadores e a oferta exportável das produtoras de mel e própolis.
Entre 8h e 9h, antes das rodadas em si, o CEO da Investe Piauí, Victor Hugo Almeida, fará uma apresentação sobre o atual cenário de negócios do estado, com foco em suas potencialidades. Integrantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), bem como da própria ApexBrasil, vão abordar ainda as tendências e as oportunidades para o mercado de mel e derivados.
Visitas técnicas
Os oito compradores internacionais vieram da Tailândia, Bangladesh, Reino Unido, Polônia, Espanha e Emirados Árabes Unidos, e representam importadoras, distribuidoras, atacadistas e marketplaces ligados ao setor de mel e própolis. Eles foram escolhidos por escritórios da ApexBrasil no exterior e estão em busca de produtos brasileiros de qualidade para serem comercializados em seus respectivos mercados.
Além de se reunir com as empresas, nos dias 1º e 2 de julho os compradores visitaram espaços produtivos ligados ao segmento de mel e própolis nas cidades de Picos e Oeiras, a cerca de 300 km Teresina. Um deles foi de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), um empreendimento industrial solidário para produção, beneficiamento e comercialização do mel orgânico produzido por trabalhadores da agricultura familiar na região.
O grupo também visitou a Mel Wenzel, uma das empresas pioneiras da apicultura no Piauí e que desenvolve hoje uma vasta linha de compostos do produto, como própolis, geleia real e pólen apícola. Ainda, os compradores conhecerão a sede do Grupo Sama, conjunto de empresas que se tornou uma das maiores exportadoras de mel do país.
O setor apícola brasileiro
No Brasil, a cadeia produtiva apícola se destaca como uma fonte alternativa sustentável de emprego e renda, especialmente para pequenos produtores: dados do IBGE apontam que 82% dos mais de 100 mil apicultores brasileiros produzem em contexto de agricultura familiar. A atividade pode ser desenvolvida em todas as regiões do país, devido à sua flora diversificada, à sua extensão territorial e à variabilidade climática, favorecendo a produção de mel o ano todo.
Além disso, o Brasil é grande produtor de mel orgânico, em razão de seu alto percentual de áreas preservadas. Atualmente, nenhum outro país tem o potencial de oferecer mel orgânico como o brasileiro. O Nordeste, em particular, é responsável pela grande maioria do produto orgânico que é produzido e exportado pelo país.
Ainda segundo o IBGE, mais de 90% dos estabelecimentos com apicultura no Nordeste brasileiro estão no Semiárido, mais especificamente na Bahia, Ceará e Piauí. Este último é o estado que mais exporta o produto: foi responsável por 36,6% das vendas estrangeiras em 2023, movimentando US$ 31,2 milhões. Em segundo lugar veio Minas Gerais, com US$ 13,3 milhões.
Segundo dados da Abemel, em 2023,o Brasil exportou US$ 85.224.000 milhões de mel. Os Estados Unidos foram de longe o principal destino do produto (76%), seguidos por Alemanha (7%) e Canadá (6%). Entre os tipos de méis exportados, o orgânico é o carro-chefe. Um dos desafios do setor reside justamente em ampliar e diversificar os mercados para o produto, especialmente para o mel a granel (em tambores), valendo-se também de um aumento na demanda por produtos naturais e saudáveis a nível mundial.
(*) Com informações da ApexBrasil