Importação em alta leva especialistas a projetarem redução no superávit comercial em 2024

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Da Redação

Brasília – Ao contrário do que aconteceu em 2023, quando foi registrado um forte aumento das exportações e queda nas importações e a balança comercial brasileira registrou o segundo maior superávit da série histórica iniciada em 1987, em 2024, o saldo (diferença entre exportações e importações) deverá ser bem inferior. Previsões feitas por diferentes especialistas indicam um superávit oscilando entre US$ 77 bilhões e US$ 86,5 bilhões.

A revisão das expectativas de saldo comercial para os próximos meses foi feita por fontes governamentais e do meio privado após a divulgação dos resultados da balança no mês de agosto, quando as importações no acumulado do ano cresceram 6,6% para US$ 172,924 bilhões e as exportações avançaram apenas 1,1%, totalizando US$ 227 bilhões. Com isso, o superávit no período janeiro-agosto foi de US$ 54,1 bilhões

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projeta superávit de US$ 79,2 bilhões para este ano. E segundo Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, “o crescimento das importações está acelerando neste ano e se relaciona com o aumento da renda e da produção nacional”.

Especialistas projetam redução expressiva do superávit comercial

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projeta superávit de US$ 79,2 bilhões para 2024. E segundo Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, “o crescimento das importações está acelerando neste ano e se relaciona com o aumento da renda e da produção nacional”.

Na avaliação do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, “em seu conjunto, as importações estão bastante fortes, enquanto as importações começaram a perder força em agosto, com a redução sazonal das exportações de soja, que vão diminuir até o final do ano. As vendas externas de milho caíram ainda mais e a tendência é de seguirem em queda”. Dados da Secex indicam que em agosto o preço da soja teve uma retração de 12,8% enquanto o milho recuou 18,2%.

José Augusto de Castro destaca que “a força das importações e a fraqueza das exportações fizeram o saldo da balança comercial em agosto ser o menor de 2024” e com isso ele estima para este ano um superávit de US$ 77 bilhões, significativamente inferior à previsão de US$ 88,5 bilhões divulgada inicialmente pela AEB.

Nessa mesma linha, a Tendências Consultoria também reviu para baixo sua estimativa para o saldo comercial neste ano, que passou de US$ 87,1 bilhões para US$ 74,6 bilhões, anunciados no início deste mês.

Na percepção de Wélber Barral, sócio da consultora BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, “a alta da importação pode ser ainda mais acelerada pelos sinais positivos de atividade. Barral destacou a importação de insumos e de máquinas e equipamentos no período de janeiro a agosto. De acordo com a Secex, as compras externas de bens de capital cresceram 18% de janeiro a agosto, com aumento de 22,1% em volume, comparativamente ao mesmo período de 2023.

Com base nesses dados, Welber Barral aposta em saldos menores nos próximos meses e projeta um superávit de “pelo menos” US$ 80 bilhões para 2024.

De acordo com a consultoria BRCG, o forte aumento das exportações e a queda acentuada das importações em 2023 (que se repetem da forma inversa entre janeiro e agosto de 2024) contribuíram para importante alta do superávit que fechou 2023 em US$ 98,9 bilhões. Para 2024, a BRCG aposta em uma desaceleração para US$ 86,5 bilhões neste ano e para US$ 79 bilhões em 2025.

 

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