Campinas tem deficit na balança comercial em 2015 mas fluxo é superior ao de 10 estados e DF

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Da Redação

Brasília – A cidade de Campinas fechou o ano de 2015 com um déficit de US$ 1,949 bilhão em sua balança comercial, resultado de exportações no total de US$ 992 milhões e importações no montante de US$ 2,924 bilhões, mas ainda assim, o comércio exterior daquela que é uma das mais prósperas e industrializadas cidades do estado de São Paulo apresentou algumas peculiaridades.

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No ano passado, Campinas teve um fluxo de comércio (exportações+importações) superior a dez estados brasileiros mais o Distrito Federal. Outro dado interessante: nenhuma unidade da Federação (nem mesmo o estado de São Paulo) teve uma pauta exportadora tão predominada por produtos industrializados, de maior valor agregado, que a cidade de Campinas. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram compilados pelo Comexdobrasil.com.

Em termos globais, o comércio exterior campinense vem sendo marcado, desde o ano de 2006, pela manutenção de sucessivos e crescentes déficits nas transações com países terceiros. Naquele ano, a balança comercial do município gerou um saldo de US$ 101,6 milhões.

A partir dali, as operações de comércio exterior fecharam sempre no vermelho. Entre 2007 e 2015, a cidade acumula um saldo negativo de US$ 16,913 bilhões. O déficit foi gerado por exportações no total de US$ 10,214 bilhões e compras externas da ordem de US$ 27,127 bilhões.

Corrente comercial superior à de 10 estados e DF

Os dados da Secex/MDIC revelam que nos últimos anos as exportações campinenses seguem em curva descendente. Em 2014, totalizaram US$ 1, 224 bilhão (uma queda de-1,42% se das com US$ 1,242 bilhão exportados em 2013). Ano passado foi registrada uma retração ainda mais expressiva: -18,95%, o que fez com que o volume exportado atingisse a cifra de pouco mais de US$ 992 milhões. Na outra ponta, as importações campinenses encolheram ainda mais: -8,08% para US$ 3,783 bilhões em 2014 e -22,24% para US$ 2,942 bilhões no ano passado.

Apesar da retração tanto as exportações quanto nas importações, Campinas, isoladamente, tem um somatório de exportações e importações superior àquele registrado por dez estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Em 2015, a corrente de comércio do município totalizou US$ 3,934 bilhões. No período, as transações comerciais (exportações+importações) realizadas por Campinas com o exterior superaram as trocas feitas pelos estados do Acre (US$ 16 milhões), Alagoas (US$ 1,293 bilhão), Amapá (US$ 305 milhões), Distrito Federal (US$ 1,488 bilhão), Paraíba (US$ 712 milhões), Piauí (US$ 955 milhões), Rio Grande do Norte (US$ 565 milhões), Rondônia (US$ 1,627 bilhão), Sergipe (US$ 308 milhões) e Tocantins (US$ 1,045 bilhão).

Pauta exportadora de alto nível

Ao analisar os dados do comércio exterior da cidade de Campinas, chama a atenção o elevado índice de participação dos produtos industrializados na pauta exportadora do município. Nenhum estado brasileiro, nem mesmo São Paulo, exporta tanto produto de alto valor agregado quanto o município.

Em 2015, do total de US$ 992 milhões vendidos ao exterior, os produtos primários tiveram uma participação de pouco mais de 5%, correspondentes a US$ 51 milhões, o principal deles, algodão não cardado nem penteado, no total de US$ 17 milhões. Assim, as exportações praticamente se concentraram nos produtos industrializados (semimanufaturados e manufaturados), no total de US$ 846 milhões.

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No ano passado, os principais produtos exportados por Campinas foram medicamentos (US$ 98 milhões), consumo de bordo -combustíveis e lubrificantes para aeronaves e embarcações- (US$ 95 milhões), partes reconhecidas como exclusiva ou principalmente destinadas a motores (US$ 87 milhões), motores e geradores elétricos (US$ 75 milhões), aparelhos e dispositivos elétricos de ignição ou arranque para motores (US$ 73 milhões), pneumáticos novos (US$ 59 milhões) e partes e acessórios de veículos automóveis (US$ 54 milhões).

Da mesma forma, a pauta importadora é composta quase integralmente por produtos industrializados. Entre eles se destacaram aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia por fios (US$ 506 milhões), circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 307 milhões), partes e acessórios (US$ 190 milhões), veios (árvores) de transmissão (US$ 94 milhões), partes e acessórios de veículos automóveis (US$ 83 milhões) e medicamentos (US$ 81 milhões), entre outros.

 

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Principais parceiros

Com uma participação de 16,25% no volume total exportado pelo município, os Estados Unidos foram o principal destino das exportações campinenses para o exterior em 2015. As vendas para o mercado americano totalizaram US$ 161 milhões. Outros importantes países importadores foram a Argentina (US$ 132 milhões), México (US$ 94 milhões), Alemanha (US$ 91 milhões), provisão de navios e aeronaves (US$ 74 milhões), Chile (US$ 42 milhões), China ( US$ 36 milhões), Venezuela (US$ 33 milhões), Colômbia (US$ 32 milhões) e Panamá (US$ 23 milhões).

Sob a ótica dos blocos econômicos, o principal destino das exportações foram os países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que importaram produtos campinenses no montante de US$ 431 milhões em 2015, seguidos pela União Europeia (US$ 147 milhões) e Ásia exclusive Oriente Médio (US$ 105 milhões).

Sétimo maior importador de produto campinenses, a China ocupou a liderança no ranking dos maiores exportadores para o município no ano passado, com a venda de produtos no valor de US$ 598 milhões. A seguir vieram os Estados Unidos (US$ 557 milhões), Vietnã (US$ 372 milhões), Coreia do Sul (US$ 289 milhões), Alemanha (US$ 240 milhões), Malásia (US$ 96 milhões), Japão (US$ 95 milhões), México (US$ 82 milhões), Espanha (US$ 50 milhões), Itália (US$ 50 milhões), Taiwan (US$ 45 milhões), França (US$ 42 milhões) e Argentina (US$ 31 milhões).

Em relação aos blocos econômicos os países da Ásia (excluído o Oriente Médio) lideraram o ranking dos importadores de Campinas, num total de US$ 1,596 bilhão), seguidos pela União Europeia (US$ 533 milhões) e pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), com US$ 138 milhões.

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