Da Redação
Brasília – A Coreia do Sul poderá figurar este ano entre os três países com os quais o Brasil registrará os maiores deficits em seu comércio exterior. De janeiro a abril o Brasil já acumula um saldo negativo de US$ 1,613 bilhão no comércio com o país asiático. Esse deficit é resultado de exportações brasileiras no montante de US$ 1,604 bilhão e vendas sul-coreanas no total de US$ 3,217 bilhões.
O desequilíbrio no comércio bilateral é agravado pela diferença da pauta exportadora dos dois países. De um lado, o Brasil concentra suas vendas nas commodities, de baixo valor agregado. Apenas três produtos foram responsáveis, nos quatro primeiros meses do ano, por 63,58% de todo o volume exportado pelo País à Coreia do Sul. São eles milho em grão (vendas no valor de US$ 478 milhões), minérios de ferro (US$ 432 milhões) e algodão debulhado (US$ 100 milhões).
No primeiro quadrimestre do ano, a pauta brasileira foi composta ainda por outros produtos como óleo de soja (US$ 83 milhões), trigo (US$ 62 milhões), produtos semimanufaturados ferro/aço (US$ 48 milhões), miúdos de frango (US$ 46 milhões) e café não torrado (US$ 21 milhões).
Por outro lado, as exportações da Coreia do Sul para o Brasil são compostas integralmente por produtos industrializados, de alto valor agregado. E nenhum item isoladamente correspondeu sequer a 10% de todo o volume exportado pelos sul-coreanos para o Brasil. A pauta vendedora é liderada pelas partes para aparelhos televisores, no montante de US$ 294 milhões (com um percentual de 9,14% no volume total exportado), automóveis (US$ 256 milhões), equipamentos para telefonia (US$ 230 milhões), óleo diesel (US$ 188 milhões), querosene de aviação (US$ 92 milhões) e microprocessadores (US$ 90 milhões).
Ano passado, as exportações brasileiras para a Coreia do Sul totalizaram US$ 4,501 bilhões e foram inferiores apenas aos US$ 4,694 bilhões vendidos àquele país em 2011. Enquanto isso, as exportações sul-coreanas atingiram a soma de US$ 9,098 bilhões, gerando um saldo para a Coreia do Sul no total de US$ 4,597 bilhões, o terceiro maior superávit já acumulado pela Coreia do Sul no intercâmbio comercial com o Brasil em todos os tempos.
