Da Redação
Brasília – Microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas corresponderam, em 2022, a 41% das empresas brasileiras que exportam. Juntas, as 11,4 mil empresas desse segmento realizaram vendas externas no total de US$ 3,2 bilhões, correspondentes a 0,9% do total exportado pelo Brasil n ano passado. Os dados constam de um levantamento feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comercio e Serviços (M DIC).
O estudo revela ainda que, entre os anos de 2008 e 2022, o total de pequenas empresas exportadoras cresceu três vezes mais do que as médias e grandes empresas exportadoras. Enquanto as empresas médias e grandes cresceram 24,3% (de 13,3 mil para 16,5 mil) os pequenos negócios exportadores cresceram 76,2% (de 6,5 mil para 11,4 mil).
Foi também registrado um aumento ainda mais expressivo no tocante ao incremento do valor exportado. Nos últimos 14 anos, as médias e grandes empresas tiveram aumento do seu faturamento em exportações da ordem de 70,1%. Em contrapartida, os pequenos negócios registraram uma elevação do valor exportado da ordem de 161,4%, passando de US$ 1,2 bilhão para US$ 3,2 bilhões.
Esses números têm um grande espaço para crescer e o uso do blockchain pelas PMEs pode contribuir para que isso aconteça. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) diferentemente das grandes companhias, as empresas de pequeno porte não dispõem de recursos humanos e financeiros em abundância para tratar de todas as exigências que a natureza de cada negócio impõe, quanto menos para corresponder ao arsenal burocrático estatal em suas operações.
Entre as principais barreiras de entrada para as PMEs que desejam exportar se destacam: elevadas tarifas cobradas por portos e aeroportos; elevadas tarifas cobradas por outros órgãos anuentes; custo do transporte doméstico; dificuldades de oferecer preços competitivos; leis conflituosas, complexas e pouco efetivas; elevado custo de transporte internacional; demasiado tempo de fiscalização; excesso e complexidade dos documentos requeridos; procedimentos de desembarque numerosos e não padronizados e muitos outros.
De acordo com a CNI, estudos demonstram que as cadeias produtivas industriais intensivas no uso de tecnologia possuem um nível de eficiência e produtividade muito maior e por isso se apresentam mais ágeis e competitivas.
Na percepção da CNI, a tecnologia blockchain pode ajudar a resolver problemas crônicos das cadeias industriais ou acelerar inovações que irão elevar o patamar de competitividade dos produtos brasileiros de exportação e também contribuir para uma maior participação das PMEs nas ações de comércio exterior.
Em relação às PMEs, o estudo da CNI mostra que os pequenos negócios podem se beneficiar de instrumentos importantes como o Selo de Indicação Geográfica, os Arranjos Produtivos Locais e as oportunidades oferecidas pelo Cooperativismo. Cada um deles, ou em seu conjunto, podem contribuir de forma significativo para o crescimento sólido e consistente da participação das pequenas e microempresas no comércio exterior brasileiro, sobretudo utilizando as oportunidades disponibilizadas pela tecnologia blockchain nesses segmentos da atividade exportadora.