Brasília – A colheita das culturas de inverno no segundo semestre de 2014 é um fator que deve contribuir para a continuidade das taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária ao longo de 2014. Destaque também pode vir do segmento de carnes e do café, apesar da queda na safra brasileira em função de problemas climáticos.
“Os preços internacionais do café em alta podem compensar a queda da produção nesta safra, ocasionada pela seca”, avalia o coordenador do departamento econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon.
Entre as culturas de inverno, destaque para o trigo, cuja colheita deve ser 35,7% maior em 2014, segundo a mais recente estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os triticultores devem colher, neste ano, uma safra recorde de 7,503 milhões de toneladas, ante 5,527 milhões de toneladas em 2013.
Conchon lembra que os preços do trigo não estão bons no momento, mas que a produção deve compensar o aspecto econômico negativo. “O preço baixo do cereal se deve principalmente ao nível elevado de estoques mundiais”, afirma.
O segmento de carnes é outro que deve contribuir para o crescimento do PIB da agropecuária em 2014, a partir do segundo semestre. No caso da pecuária de corte, os frigoríficos têm pago mais pelos animais prontos devido à limitada oferta de bovinos para o abate. O mercado externo também está aquecido.
As vendas de carne bovina aumentaram 16,7% no período de janeiro a julho de 2014 (US$ 3,3 bilhões), na comparação com 2013. E a expectativa é de manutenção do ritmo de venda, especialmente em função da decisão da China de retirar o embargo imposto à carne bovina do Brasil.
O PIB da agropecuária cresceu 0,2% no segundo semestre de 2014 ante o trimestre anterior, segundo números divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor foi o único segmento que apresentou variação positiva no período, quando o PIB total do país caiu 0,6%. No acumulado dos últimos 12 meses, o PIB da agropecuária cresceu 1,1%.
Fonte: CNA