Brasília – O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, alertou para a queda das exportações de produtos do agronegócio do Cone Sul para a União Europeia, que poderão ser substituídas pelas vendas externas americanas. Isso acontecerá caso seja concluída a negociação “para uma parceria bilateral de comércio e investimentos entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE)”, disse Sperotto, que coordena as discussões sobre Mercosul na CNA.
Nesse contexto, assinalou, é urgente que “estejamos unidos no monitoramento de políticas comerciais, modernizando nossos procedimentos internos e contribuindo nas discussões sobre as regras do comércio internacional”. Sperotto lembrou ainda que o Mercosul precisa estar atento às barreiras não tarifárias existentes e às muitas outras que estão por vir, caso a parceria entre americanos e europeus seja concretizada.
Para o vice-presidente da CNA, outro ponto que precisa de atenção dos países integrantes do Mercosul são as negociações internacionais. Segundo ele, “o Brasil está pronto com a sua oferta de bens, serviços e investimentos para seguir o processo negociador com a UE, porque vemos o momento atual como crucial para a conclusão do acordo com os europeus”.
Sistema de preferências
A urgência por acordos dessa natureza se agrava porque a partir de 2014 “o Brasil deixará de desfrutar dos benefícios do Sistema Geral de Preferências europeu, o chamado SGP”, alertou. Assim, diante dessa realidade, setores como a fruticultura e a cadeia produtora de óleo de soja serão os mais afetados no Brasil, no entendimento do vice-presidente da CNA. Ele disse que países como Uruguai, Argentina e Venezuela também estão em situação semelhante à do Brasil nesse aspecto.
Em razão desse cenário, segundo Sperotto, os acordos comerciais são “a principal alternativa para compensarmos essas perdas e garantir o potencial exportador do setor agropecuário”.
Na avaliação de Sperotto, “o Brasil está determinado a encontrar formas de flexibilizar as regras de comércio existentes e seguir em frente com as negociações junto à UE”. “Vemos o momento atual como crucial para a conclusão do acordo com os europeus”, reiterou.
Alimentos
Os países do Cone Sul, reforçou, “são importantes fornecedores de alimentos para o mundo”. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que, até 2050, a produção de alimentos deve crescer 60% para atender uma população superior a 9 bilhões de habitantes.
Neste cenário, destacou Sperotto, a FAO avalia que o Brasil tem potencial para elevar sua produtividade em até 40%. “Esse aumento será fundamentado em ganhos de produtividade e não implicará em grandes expansões de áreas cultivadas”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA