Exportação, importação contêineres,

Superávit comercial até agosto já supera o saldo acumulado em todo o ano de 2023

Compartilhe:

Da Redação (*)

Brasília – Dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getúlio Vargas/IBRE mostram que o superávit comercial acumulado  pelo Brasil até o mês de  agosto superou o saldo acumulado em todo o ano de 2022. A agropecuária lidera as exportações seguida da indústria extrativa com aumento de volume num cenário de recuo nos preços. O superávit da agropecuária no valor de US$ 53,4 bilhões seguido da extrativa – US$ 33,4 bilhões – explicam esse resultado.

Contrariamente, indústria de transformação registrou déficit de US$ 24,1 bilhões. O superávit comercial de US$ 62,4 bilhões acumulado até agosto já superou o do ano de 2022 que foi de US$ 61,8 bilhões. O saldo da balança comercial foi de US$ 9,5 bilhões em agosto, um aumento de US$ 5,4 bilhões em relação a igual período de 2022.

No acumulado do ano até agosto o superávit foi de US$ 62,4 bilhões, superior em US$ 18,7 bilhões ao do acumulado do mesmo período em 2022. Observa-se que a partir de maio, os superávits comerciais mensais de 2023 foram sempre superiores aos de 2022. Se forem mantidos os superávits registrados de setembro a dezembro de 2022, a balança comercial de 2023 fecharia o ano com um saldo de US$ 80,2 bilhões. Uma projeção pessimista seria de um superávit ao redor de US$ 70 bilhões, pouco provável, e um otimista ao redor de US$ 80 bilhões.

Aumento do volume exportado

De acordo com o Icomex, a melhora no valor do superávit no corrente ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e recuo no volume importado, pois os preços caem para os dois fluxos. Igual comportamento é observado para os resultados da balança comercial de agosto. O volume exportado cresceu 13,8% e o importado caiu 6,1% na comparação interanual do mês de agosto entre 2022 e 2023 e os preços recuaram 11,8% (exportações) e 14,4% (importações).

No acumulado até agosto, o mesmo comportamento se repete: volume exportado cresceu (9,3%) e o importado recuou (1,6%) e os preços exportados (8,2%) e importados (8,7%) caíram. Em termos de valor, as importações recuaram em 10,4% e as exportações aumentaram 0,7%, na comparação entre os acumulados do ano até agosto.

O levantamento da FGV/IBRE mostra ainda que os resultados para as exportações dependem principalmente do desempenho das commodities que explicam cerca de 70% das vendas externas do país. Na comparação mensal, a variação no volume exportado foi de 21,0 % e na do acumulado do ano até agosto de 11,0%.

Os preços caem na base mensal (13,3%) e no acumulado do ano (9,2%). O volume das não commodities recuou 6,4% entre os meses de agosto e 0,7% na comparação do acumulado do ano até agosto.

Nas importações, bens de alto valor agregado

No caso das importações, predominam as não comodities com participação ao redor de 90% das compras brasileiras do exterior. O volume importado desse agregado caiu 6,6% na comparação mensal e 2,8% na do acumulado do ano até agosto. A variação do volume importado das commodities foi positiva no acumulado do ano (9,4%) e negativa na comparação mensal (1,9%).

Observam-se quedas nos preços das commodities e não commodities nas duas bases de comparação. Em 2022, a comparação entre os meses de agosto de 2022 e 2021 mostrava aumento de 51,4% nos preços importados das commodities e de 63,4% no acumulado de agosto, um dos fatores que contribui para a inflação de 2022. Em 2023, os preços importados exercem pressão deflacionária até o momento.

Avanço das exportações da agropecuária

No acumulado do ano até agosto de 2010, no auge do boom nos preços das commodities, a participação nas exportações totais do Brasil da agropecuária era de 11,5%, a da extrativa 22,2% e a da transformação, 66,3%. Nesse mesmo período em 2023, essas participações foram: agropecuária (25,1%); extrativa (21,5%); e, transformação, 53,2%.

A principal mudança foi o avanço do setor de agropecuária ao longo dos anos, e o do petróleo bruto que ocupou a liderança na indústria extrativa no lugar do minério de ferro, com a desaceleração dos investimentos chineses em infraestrutura.

Com relação à participação dos principais mercados do Brasil nas exportações brasileiras no acumulado do ano até agosto de 2023, o Icomex mostra que a China lidera com 30,2% das vendas brasileiras, seguida pelos Estados Unidos, com 10,5% e a Argentina com 5,6%. O superávit com a China explicou 53% do saldo positivo da balança comercial em 2022 e 2023 no acumulado do ano até agosto; passou de US$ 23,1 bilhões para US$ 33,1% entre os dois períodos.

Com os outros dois principais parceiros, o resultado também foi de melhora com a redução do déficit com os Estados Unidos e a melhora do superávit com a Argentina. Em termos de valor, as exportações só cresceram para a China (8,0%) e a Argentina (19,7%) e as importações recuaram para todos os mercados.

A variação no volume importado foi negativa em todos os mercados no mês de agosto, exceto para a Ásia exclusive China e o mesmo ocorre na comparação do acumulado do ano. Nesse último caso, porém a União Europeia registrou variação positiva.

(*) Com informações da FGB/IBRE

 

 

Tags: