Pandemia do coronavírus atropela indústria automobilística e exportação cai 21,1% em março

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Da Redação (*)

Brasília – As exportações de automóveis que j´vêm registrando fortes quedas desde o ano passado, com o agravamento da crise na Argentina, seguem trajetória de forte contração neste primeiro trimestre de 2020 e no mês de março amargaram uma forte queda de 21,1% de acordo com dados divulgados hoje (6) pela Associação Nacional os Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo os dados da Associação, em março a indústria automobilística instalada no país embarcou um total de 30.772 unidades, contra 39.018 veículos exportados no mesmo mês de 2019. De acordo com a entidade, os resultados foram consequência da pandemia da covid-19, que provocou a queda de quase 90% das atividades do segmento.

Ao divulgar o balanço do mês, a Anfavea informou também que informou que a produção nacional de automóveis em março teve queda de 21,1%, em relação a março de 2019. Já o nível de licenciamentos caiu 21,8% no período.

Ao todo, foram fabricadas 189.958 unidades, ante 240.763 de março de 2019. A diferença de fevereiro para março foi de 7%, enquanto a variação no acumulado de janeiro a março foi de 16%. Como a produção, o volume de unidades exportadas também foi reduzido, em 21,1%, na comparação com março de 2019, passando de 39.018 unidades para 30.772.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, “pode-se identificar com clareza a influência da pandemia nos índices, já que se registrava um aumento de 9% nas vendas até o começo da segunda quinzena, no acumulado do ano”. Para Moares, as circunstâncias levam a acreditar que o cenário para abril será preocupante.

“Tivemos dois momentos no mês de março. A primeira quinzena rodando normal, dentro do que a gente imaginava que seria possível vender e emplacar, e uma segunda quinzena, muito impactada pelo efeito da crise”, disse.

Moraes ressaltou que houve uma redução de 86,5% na média diária de licenciamentos, da primeira semana de março para a última. “Isso confirma a preocupação em relação ao atual momento que nós estamos passando”.

Caminhões

Moraes destacou ainda que, ao contrário dos automóveis, as vendas de caminhões apresentaram pouca oscilação quanto a fevereiro deste ano. Em março, manteve-se o mesmo desempenho, de cerca de 6,4 mil unidades emplacadas. Uma das saídas para esse tipo de negociação, explicou o presidente da associação, tem sido o contato direto entre montadoras e clientes.

Quanto às máquinas agrícolas e rodoviárias, observa-se um aumento de 46% na comercialização ante fevereiro, e de 10,3% em relação aos números de março de 2019. No total, foram vendidas 4.140 unidades.

Apesar da apreensão manifestada, o presidente da Anfavea salientou que a perspectiva para o segmento deverá repetir um padrão já vivenciado por países em que a pandemia chegou antes, como China, Itália, França e Espanha. Para fundamentar o argumento, utilizou como referência a variação nos licenciamentos de automóveis nesse locais, que foi, respectivamente, de menos 80%, 85%, 72% e 69%, respectivamente.

De forma geral, disse Moraes, a decisão da entidade é de aguardar a avaliação de especialistas sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) para poder consolidar a projeção para a indústria automobilística brasileira.

Ainda de acordo com o relatório da Anfavea, com as medidas de distanciamento social, 63 fábricas do setor interromperam as atividades ao longo das últimas duas semanas, afetando 123 mil funcionários. A paralisação abrange 10 estados e 40 municípios.

(*) Com informações da Anfavea

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