Porto Alegre – Após mais uma visita da comitiva chinesa que avaliou as condições de produção de cinco frigoríficos de inspeção federal e uma propriedade rural no Rio Grande do Sul, produtores e indústria aguardam para 2011 a conclusão das tratativas no sentido de abrir o mercado chinês para a carne suína brasileira. “Foi um processo iniciado em 2008, que costuma mesmo ser demorado pelo grau de exigência dos compradores chineses”, disse o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.
Durante os dez dias de inspeção, que se encerra hoje (19), os técnicos se concentraram em avaliar todo o processo produtivo dos frigoríficos, desde o desembarque até o abate. “O objetivo da comitiva é certificar a produção de suínos para dar início aos embarques”, afirmou Kerber. Foram analisadas as estruturas físicas e tecnológicas dos estabelecimentos e o controle dos documentos das empresas.
Além disso, os técnicos visitaram uma propriedade de terminação de suínos, localizada no município de São Nicolau. De acordo com o veterinário da Secretaria da Agricultura (Seappa) Antonio Augusto Medeiros, que acompanhou os chineses, foram avaliados aspectos de biossegurança da granja, além de controles sanitários realizados pela empresa integradora e pelo serviço veterinário oficial.
O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, lembrou que a China é hoje o maior produtor de suínos do mundo e que por isso tem um grau de exigência altíssimo em termos de qualidade. “Eles têm ótima produção e nos procuram porque não conseguem suprir a demanda interna”, informa.
A confirmação da abertura do mercado dos Estados Unidos para a compra de carne suína de Santa Catarina, segundo o diretor do Sips, é uma grande conquista que terá reflexos não só para a carne produzida no estado vizinho, mas para todo o País. “Foi uma decisão auspiciosa para os suinocultores brasileiros.”. Folador também comemora a liberação das exportações para os Estados Unidos, especialmente porque coincidiu com a visita dos chineses ao Rio Grande do Sul.
“Não só Santa Catarina vai se beneficiar. Essa medida coloca todos em uma situação diferenciada perante o mercado externo. Significa um grande selo de qualidade que pôde ser conferido de perto pelos chineses”, disse. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, ressaltou que a liberação americana fará de 2011 um ano muito promissor para a atividade.