Missão da Apex leva 62 empresas em busca de espaços nos mercados da Argentina e do Chile

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Brasília – Sessenta e duas empresas que foram capacitadas para exportação estão participando desde esta segunda-feira (24) até o próximo dia 28, da Missão Argentina e Chile, composta por reuniões de negócios com compradores dos dois países, seminários e visitas técnicas para entendimento do mercado. A ação é organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O grupo brasileiro que chegará aos países vizinhos é composto por empresas dos setores de Alimentos e Bebidas e Máquinas e Equipamentos que estão iniciando suas exportações. Entre as participantes, há fornecedores de uma grande variedade de produtos, tais como cerveja, mel, produtos naturais, polpas de fruta, cachaça, produtos químicos, balanças de precisão, pneumáticos, peças fundidas etc.

“Nosso objetivo com essas iniciativas é dar sequência ao atendimento que é realizado em nosso Programa de Qualificação Empresarial (PEIEX). Com isso, garantimos à empresa um ciclo completo rumo ao comércio exterior: ela se capacita para atuar no comércio exterior e, em seguida, tem uma primeira experiência voltada à promoção de suas exportações”, explica Márcia Nejaim, diretora de Negócios da Apex-Brasil.

A Missão Argentina e Chile integra um calendário mais amplo que será realizado pela Apex-Brasil ao longo deste ano. Em outubro (17 a 23), cerca de 50 empresas participarão da Missão Peru – Colômbia, que inclui participação, no Peru, do evento Expo Aladi. No mesmo mês, de 22 a 26, será a vez de 40 empresas irem à República Dominicana para realizar negócios. As interessadas poderão participar também da feira Fihav, em Cuba. Finalmente, de 18 a 24 de novembro, 50 empresas integrarão a Missão Paraguai – Bolívia.

“A América Latina é um destino natural para as empresas que desejam iniciar o processo de exportação ou ganhar mais maturidade no mercado internacional, seja pela proximidade física, cultural ou pelas facilidades de acesso aos países vizinhos”, explica Márcia Nejaim. Para cada um dos países, a Apex-Brasil desenvolve análises de inteligência comercial que indicam os principais setores com oportunidades de negócios.

Na Argentina, o foco da Missão é em Alimentos e Bebidas e em Máquinas e Equipamentos, dois complexos para os quais a Apex-Brasil identificou inúmeras oportunidades. Já no Chile, o foco é apenas em Alimentos e Bebidas. Algumas empresas participam das duas etapas (Santiago e Buenos Aires) e outras escolhem apenas um país. No Chile, as empresas participarão de rodadas de negócios organizadas pelo BID, no âmbito da LAC Flavors, evento relevante que reúne empresas, prestadores de serviços, órgãos públicos e todos os ramos profissionais da cadeia de valor da indústria de alimentos.

Oportunidades

A economia do Chile promete ganhar força neste ano. O consumo privado e as exportações, que foram estimulados pelo aumento nos preços do cobre, serão os principais fatores para este ganho. O consumo final privado (em termos reais) aumentou 2,4% em 2017 e o crescimento de 3,6% é esperado para 2018. O aumento dos salários favorece os gastos dos consumidores. No Chile, o consumo de alimentos e bebidas foi de US$ 27,9 bilhões e 19,8% disso, ou US$ 5,54 bilhões, foi importado pelo país em 2017. O Brasil tem 13,7% do mercado chileno, sendo superado pelos concorrentes Argentina (18%) e Estados Unidos (15%).

Já a Argentina é historicamente o principal destino das exportações brasileiras para América Latina. A estimativa é que o crescimento do PIB real deve ficar, em média, em torno de 3% ao ano até 2025. O investimento em bens de capital (compra de máquinas e equipamentos para a indústria) foi de US$ 94,4 bilhões em 2017, o que equivale a 14,8% do PIB do país. Os argentinos importaram US$ 35,2 bilhões em máquinas e equipamentos e, deste total, 32,2% ou US$ 11,31 bilhões vieram do Brasil. Os brasileiros já são líderes na Argentina neste segmento e o concorrente mais relevante é a China, que responde por 22,4% das importações do setor feitas pelo país.

Já em relação ao consumo de alimentos e bebidas, a Argentina consumiu US$ 65,5 bilhões em 2017 e, deste total, 3% foi importado (US$ 1,9 bilhão). Do total importado, o Brasil conquistou 26,4%, vendendo US$ 516,8 milhões. Também neste setor, o principal concorrente brasileiro é a China, que empata com o Equador (cada um tem 15,6% das importações argentinas).

(*) Com informações da Apex-Brasil

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