Brasília – A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) esteve reunida com o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, para tratar da habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras que pretendem exportar carnes bovina, suína e de aves para aquele país.
Em junho, uma missão de técnicos chineses inspecionou frigoríficos brasileiros por amostragem com o objetivo de habilitar 24 unidades, sendo nove de carne bovina e 15 de suínos e aves. A inspeção faz parte de um acordo firmado em maio, quando a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, oficializaram a liberação da venda de carne bovina para o mercado chinês, embargada desde 2012.
Como outros frigoríficos já haviam passado por inspeção anteriormente a essa missão, o Ministério da Agricultura pretende conseguir autorização para 36 plantas brasileiras exportarem seus produtos à China.
A ministra propôs ao embaixador que as habilitações sejam oficializadas durante sua visita à China, prevista para setembro.
“A China cumpriu rigorosamente com o combinado e mandou a missão para inspeção das nossas fábricas”, afirmou Kátia Abreu, durante a reunião, nessa segunda-feira (13). “Obviamente, precisamos oferecer o tempo necessário para que equipe técnica chinesa faça toda a análise, mas gostaria de deixar pré-agendada minha ida à China para buscarmos a liberação dessas fábricas na ocasião”, propôs.
O embaixador Li Jinzhang disse que a visita da ministra ao país será “muito produtiva” e se comprometeu a consultar o governo chinês sobre a data e as condições viáveis.
“Sua presença será muito bem-vinda. Temos conseguido grandes avanços em cooperação na área da agricultura. Estamos contentes, mas ainda não satisfeitos. Temos muito o que fazer”, disse o embaixador.
Tarifas
Kátia Abreu destacou ainda que o Ministério da Agricultura iniciou os estudos para um acordo de preferências tarifárias com a China e enviará àquele país a lista dos produtos que o Brasil tem interesse em incluir no tratado.
“Com o acordo, tanto Brasil quanto China escolhem um grupo de produtos que poderá ser vendido livremente. É o primeiro passo para abrirmos um dia o livre comércio”, observou a ministra.
Ela ainda destacou que o Brasil assinou tratado de pre-listing que habilita 72 empresas chinesas de tripas a exportar sem vistoria prévia, além de 208 plantas de pescado. Neste tipo de acordo, o Mapa está livre para, a qualquer momento, inspecionar os locais.
“Em contrapartida, gostaríamos de pre-listing para nossos frigoríficos de aves, suínos e bovinos. Podemos nos comprometer inclusive a autorizar empresas médias, a fim de diversificar as escolhas dos chineses”, assinalou a ministra.
O embaixador disse ser “totalmente favorável” aos acordos de preferências tarifárias. “Somos parceiros estratégicos mutualmente importantes. No futuro, podemos ser parceiros de livre comércio. Esta é uma tendência de desenvolvimento das nossas gerações. Desde que estes arranjos sejam bem colocados, vão beneficiar ambos os lados”, completou Li Jinzhang.
Fonte: Mapa