São Paulo – Tradicional no mercado do algodão, a Bolsa Brasileira de Mercadorias já registra negócios de compra e venda da fibra com entrega para 2023 de aproximadamente 10 mil toneladas de algodão negociadas por diferentes corretoras associadas.
Uma delas, é Santiago Cotton, de Belo Horizonte (MG). “Os grandes produtores já vão se protegendo e fazendo a antecipação de todo planejamento. Mesmo com os preços não sendo tão convidativos para 2023, os negócios são realizados com ‘preços a fixar’. Com a venda antecipada, o produtor se protege e já faz o planejamento a longo prazo e, assim, ele pode trabalhar com mais calma”, declarou Eduardo Santiago, um dos sócios da corretora.
Na última semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu a estimativa para os estoques de passagem de algodão em pluma, enquanto aqui, no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção em 2.342 milhões de toneladas, o que representa uma de 22% frente a safra 2019/2020.
Segundo especialistas, o mercado já precificou esses dois fatores, mas novas altas ainda poderão ser vistas. “A produção não está acompanhando o consumo e o cenário é de alta. Acreditamos que ainda há espaço para o produto subir, especialmente pela situação climática nos EUA e por questões políticas entre China e Austrália, o que interferiu no comércio entre os dois países”, explanou.
No cenário local, estados como São Paulo e Minas Gerais já iniciaram os trabalhos de colheita no campo. Na Bahia, a projeção é de redução da área plantada para a próxima safra. “Havia uma previsão de redução de produtividade e qualidade do algodão na safra 2020/2021 mas, após uma reunião entre agrônomos brasileiros, foi possível perceber que a produção será menor somente em função da área plantada reduzida, a qualidade não deve ser afetada graças a tecnologia”, explicou o corretor. Ainda segundo Santiago, esse fator não representa um risco de desabastecimento no mercado interno.
A Bolsa Brasileira de Mercadorias é responsável por comercializar mais de 60% da produção nacional de algodão.
(*) Com informações da Bolsa Brasileira de Mercadorias