A analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, Lívea Coda, aborda no Balanço Global de Açúcar e Fluxo Comercial os cenários para os mercados do Brasil, Índia, Tailândia, União Europeia e Reino Unido, México, Estados Unidos, Guatemala, Ucrânia, Rússia e China.
Da Redação (*)
São Paulo – O sentimento no mercado de açúcar mudou para uma perspectiva mais altista. “Desde abril, as estimativas de produção para a região Centro-Sul foram rebaixadas devido a condições climáticas adversas e ocorrências de incêndios. Embora se espere que o Hemisfério Norte se recupere, sua produção ainda ficará aquém dos níveis históricos. Assim, espera-se que os fluxos comerciais sofram uma pressão significativa entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025, contribuindo para uma tendência de alta no curto e médio prazo”, diz Lívea.
Com o início da colheita no Hemisfério Norte, a disponibilidade de açúcar branco deve aumentar, exercendo uma pressão de baixa sobre o prêmio do branco.
Essa situação é particularmente desafiadora para as refinarias costeiras, especialmente devido ao período de entressafra mais longo e mais severo na região Centro-Sul, o que deve aumentar o preço do açúcar bruto”, destaca.
De acordo com a analista, “prevê-se que o Brasil produza cerca de 610 Mt de cana e aproximadamente 39,8 Mt de açúcar, enquanto a Europa, a América Central e a Tailândia deverão contribuir mais com o mercado internacional”.
Com as exportações de açúcar da Índia estimadas em 1,5 Mt, dada a paridade favorável, os riscos parecem estar mais para o lado de alta do que para o lado de baixa.
Como as exportações de açúcar estão sujeitas às decisões políticas do governo indiano, pode haver relutância em conceder cotas se os estoques não aumentarem rápido o suficiente, possivelmente adicionando ao déficit de curto e médio prazo.
No Brasil, perspectivas “não animadoras”
“Enquanto isso, as discussões sobre a temporada 2025/26 do Brasil estão começando, e as perspectivas não são animadoras. Portanto, embora um pouco equilibrado para o ano, considerando a soma entre o 4T/24 e o 3T/25, os riscos são de redução da disponibilidade”, acredita.
Atualmente, vários problemas são evidentes em relação ao desenvolvimento do Centro-Sul para 25/26: incêndios afetaram a região, os níveis de umidade do solo estão baixos e o plantio sofreu atrasos, mas as chuvas de verão serão um fator crítico.
“Consequentemente, revisamos nosso “palpite educado” inicial de 620 Mt para 600 Mt, que ainda depende das chuvas de verão. Essa revisão implica em uma redução da possível pressão de baixa que o mercado sofreria ao aproximar do segundo trimestre de 2025, em comparação com nossas estimativas anteriores, indicando uma faixa de preço mais alta”, indica.
(*) Com informações da Hedgepoint Global Markets