Guaraná do Amazonas renova certificações que abrem mercado no Brasil e no mundo

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Brasília (Comex-DF) – Os produtores rurais membros da Cooperativa Agrofrutífera de Urucará (Agrofrut), no Amazonas, renovaram as certificações de qualidade e procedência que credenciam o guaraná produzido pela Cooperativa para o mercado interno e externo.  


Este ano, após duas inspeções de organismos certificadores, a Agrofrut manteve a Certificação Orgânica e o Selo Comércio Justo, ambos obtidas, respectivamente, em 2007 e 2008, por meio do Projeto Certificação Orgânica e Comércio Justo do Guaraná de Urucará do Sebrae no Amazonas e que contou com a participação do Governo do Estado e prefeitura de Urucará, cidade a 260 quilômetros de Manaus.  
 
Com 70 cooperados, a Agrofrut produz aproximadamente 42 toneladas por ano de guaraná in natura certificado e, desde a certificação em Comércio Justo, tem nos Estados Unidos e França seus principais mercados no exterior. Além de participar do Projeto de Comércio Justo, a Agrofrut recebe apoio do Sebrae por meio do Projeto Cultura do Guaraná na Região do Baixo e Médio Amazonas. 
 
Para o superintendente do Sebrae/AM, Nelson Rocha, a certificação e a conseqüente entrada do guaraná de Urucará em outros mercados representam o resultado de um trabalho que só foi possível graças à parceria firmada com os governos estadual e municipal e o empenho dos produtores de Urucará. 
 
“Os nossos projetos têm sempre um viés de mercado, ou seja, ao mesmo tempo em que trabalhamos a organização dos produtores e cadeia produtiva, buscamos meios de colocar o produto no mercado, de modo a consolidar o potencial dos produtos amazônicos em outras regiões do Brasil e do mundo. Mas, para que tenhamos êxito, as parcerias são fundamentais”, avalia. A Organização das Cooperativas Brasileira (OCB-AM) também é parceira do projeto. 
 
O gestor do projeto Certificação Orgânica e Comércio Justo do Guaraná de Urucará, Elcimar Barros, conta que, antes das certificações o preço do quilo do guaraná era, em média, R$ 3. Hoje o quilo do guaraná é vendido a R$ 20. “A certificação não só abre mercados, como eleva o nível de preço praticado. Isso é bom não só para o guaraná como para todo o setor primário do município”, explica Barroso. No início deste mês de novembro, o gestor entregou ao prefeito de Urucará, Fernando Falabella, e ao presidente da Agrofrut, Antonio Carlos Fonseca Monteiro, as duas certificações. Em Urucará, informa ainda Barroso, a colheita do guaraná começa a partir de dezembro.
 
 Conceito e vantagens da certificação de orgânicos e comércio justo
 
A certificação de orgânicos é feita por empresa ou órgão especializado neste tipo de trabalho e a inspeção é feita com base na Instrução Normativa 077/99 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Lei 10.831, conhecida como Lei dos Orgânicos. Ambas estabelecem que a produção orgânica garante ao consumidor a certeza de estar adquirindo um produto isento de contaminação química e cuja produção assegura qualidade de ambiente natural, nutricional e biológica. Em Maués, a 267 quilômetros de Manaus, os produtores da Associação Comunitária e Agrícola do Rio Urupati (Ascampa) também possuem a certificação de orgânicos. 
 
O gestor do Projeto Cultura do Guaraná na Região do Baixo e Médio Amazonas, Marcus Roberto, ressalta que a certificação de orgânicos é um importante fator de competitividade. “O mercado para produtos orgânicos é crescente e o guaraná, que já é uma cultura tradicional do Amazonas, tende a ganhar mais espaço nos mercados estrangeiros”, diz. 

Já a obtenção do selo de Comércio Justo a entidade candidata precisa cumprir os seguintes requisitos, segundo a FLO (Fairtrade Labelling Organization), responsável pela emissão do selo: pagamento de preço justo aos trabalhadores empregados na lavoura e beneficiamento; transparência na gestão da cadeia, como produção, distribuição e comercialização; organização democrática dos produtores (cooperativas e associações); garantia de apoio, treinamento e acesso dos produtores às informações de mercado; conformidade com as leis ambientais e trabalhistas; proteção ao meio ambiente; ambiente seguro de trabalho; não-utilização de mão-de-obra escrava nem infantil; igualdade entre os sexos e crianças na escola. 
 
“Temos orgulho de ter contribuído para projetar o guaraná de Urucará aos mercados externos, e brevemente deveremos fazer com que o produto chegue ao mercado asiático”, complementa o diretor-técnico do Sebrae/AM, Maurício Seffair.

Fonte: Sebrae/AM (2/12/2009)

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