Da Redação (*)
São Paulo – A indústria automobilística brasileira fechou o ano de 2014 com uma forte redução de 40,19% nas exportações tendo comercializado apenas 334.501 veículos, contra 566.299 automóveis exportados em 2013. Em dezembro, houve queda de 8,7% ante novembro, quando 25.971 veículos foram vendidos ao exterior.
Os dados foram divulgados hoje (8) em São Paulo pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A Anfavea acredita que em 2015 as vendas externas de veículos devem crescer 1% comparativamente com 2014.
Ao apresentar os números da produção, comercialização no mercado interno e exportações para terceiros países, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, avaliou que a queda nas exportações é resultado, principalmente, da diminuição das vendas para a Argentina.
“Esse país teve dificuldades macroenconômicas no ano de 2014 o que impactou no licenciamento de veículos importados que foram de apenas 683 mil veículos, ou seja, uma queda de 29% em relação ao mercado de 2013”.
Segundo a entidade o setor deve fechar 2015 com as vendas internas repetindo os números de 2014. Ano passado, a venda de veículos teve queda de 7,1%, com a comercialização de 3.498.012 unidades na comparação com o ano anterior quando foram negociados 3.767.370 veículos.
Em dezembro o aumento foi 25,6% com a venda de 370.028 unidades, em relação a novembro, quando foram licenciados 294.651 carros. Na comparação com dezembro do ano passado – 353.843 veículos vendidos – houve aumento de 4,6%.
“Mesmo com a melhora em dezembro as vendas foram insuficientes para reverter o desempenho do ano. Um ponto positivo foi a retomada do crédito a partir de setembro. A média de financiamentos para carros novos, entre setembro e novembro, aumentou 11% contra janeiro a agosto” disse o presidente Luiz Moan. Segundo ele, no caso dos carros usados o crescimento foi 10,7%.
Segundo os dados divulgados pela Anfavea, a produção caiu 15,3% no ano, com 3.146.118 novos veículos montados, ante os 3.712.380 de 2013. “A queda da produção se alia a baixa exportação e a redução dentro do mercado interno. Tivemos dificuldades na produção, porque havia nível de estoque grande. Há duas maneiras de fazer ajuste: uma é aumentando [a] venda e a outra é reduzindo a produção”, explicou Moan.
O presidente da Anfavea disse que as vendas devem cair em parte por causa do impacto da volta da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A projeção Anfavea para este ano reduz a participação dos importados no mercado brasileiro de 17,6% para 16% o que também deve impactar as vendas no mercado interno.
Com relação aos empregos e à crise enfrentada na montadora da Volkswagen, em São José dos Campos (SP), Moan disse ter conversado com a direção da fábrica e esclareceu que durante cinco meses houve um processo de negociação e um acordo trabalhista entre empresa e o sindicato dos trabalhadores.
“Esse acordo não foi ratificado na assembleia de trabalhadores. A posição da Volks é clara: não haverá demissões em janeiro”. Ele acrescentou que e as 800 pessoas dispensadas serão colocadas em licença remunerada em janeiro e a empresa e o sindicato tenham tempo para conversar.
(*) Com informações da Agência Brasil