Exportações de Mato Grosso têm o melhor abril da série

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Cuiabá – Em um intervalo de uma década, Mato Grosso conseguiu multiplicar, e muito, o resultado mensal das exportações. Em abril deste ano, por exemplo, os negócios de mais de US$ 923 milhões fizeram deste mês o melhor abril da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) desde 1999. Em 2000, as exportações referentes ao mesmo período somaram pouco mais de US$ 4 milhões.

Na comparação entre abril de 2010 contra abril de 2009, o incremento nas vendas é de 3,9%. Até os resultados divulgados pelo MDIC ontem o recorde de vendas em abril havia sido batido no passado, com faturamento de US$ 888,37 milhões.

Estabelecer recordes tem sido constante quando as exportações são o assunto. Mato Grosso, que figurava até alguns anos atrás entre os menos expressivos no ranking nacional, ficou em sexto no ano passado e em 2010 assegura a sétima posição, à frente de estados importantes no contexto, como Santa Catarina, Pará e Goiás.

Outro destaque sobre o desempenho do comércio internacional mato-grossense é que as vendas contabilizam negócios de mais de US$ 2,88 bilhões de janeiro a abril deste ano. As cifras representam alta de 6,7% sobre o volume registrado em igual período de 2009. Por mais um mês, além de ampliar as relações comerciais, o Estado manteve superávit, que em abril atingiu US$ 2,58 bilhões. A balança comercial fechou o acumulado dos quatro primeiros meses com queda de 67%, impulsionado pela alta de mais de 41% nas importações em relação a igual período do ano passado.

As exportações do Estado equivalem a 60% de todas as exportações do Centro-Oeste e a participação estadual no país é de 5,3%, sobre os mais de US$ 54 bilhões exportados pelo país.

Produtos

O carro-chefe das exportações mato-grossense, o complexo soja (grão, farelo, óleo e lecitina), contabilizou resultado negativo de 3,36% nos volumes embarcados e uma alta de 0,40% no valor pago pelo mercado. Com a queda, o complexo foi responsável por 69,55% do total negociado no primeiro quadrimestre, contra 73,91% registrado em igual período de 2009. O recuo se deve ao menor interesse pelo grão e óleo, que tiveram quedas de 8,3% e 74,9% em volume, respectivamente. Apenas o farelo e a lecitina obtiveram balanço positivo nos primeiros quatro meses deste ano, e alta de mais 22% e 221%, respectivamente.

Como frisa o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, a vedete do quadrimestre foi o complexo carnes – incremento de 28,1% -, com destaque para os cortes de aves, com alta acumulada de 45,9%. Os cortes bovinos tiveram alta de 22,8% e os cortes suínos, queda de 17,8%, na comparação com igual período de 2009. Ainda são citados como destaques a evolução das vendas de couro e ouro com um crescimento de 96%.

“O complexo de carnes passou de US$ 214 milhões em 2009 para US$ 310 milhões neste ano. Esse valor é maior que a soma de todos os outros produtos exportados entre janeiro e abril deste ano. O couro passou de US$ 17,6 milhões para US$ 34,5 milhões e o ouro de US$ 26,7 para US$ 52,6 milhões”.

O açúcar também teve um aumento significativo: cresceu 82%, passando de US$ 1,47 milhão para US$ 2,7 milhões.

Mercados

A China se mantém como o maior consumidor da pauta mato-grossense. Na comparação entre janeiro e abril de 2009 contra 2010, as compras chineses ampliaram as cifras em mais de 35%, passando de US$ 714,71 milhões para próximo de US$ 1 bilhão. Somente a China é responsável por 33,48%. Em 2009, em igual período, a participação do país era de pouco mais de 26%. Com 10,76% de participação está a Holanda, com negócios de US$ 330,49 milhões. As relações com outros países fora do eixo europeu evoluíram: Emirados Árabes (324%), Irã (75%), Egito (48%), Rússia (83%), Indonésia (81%) e Estados Unidos (188%).

Importações

O técnico em comércio exterior da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Paulo Henrique Cruz, aponta para o desempenho das importações estaduais que somaram US$ 303 milhões, crescimento de 130% se comparadas aos US$ 131 milhões registrados entre janeiro e abril de 2009. “Com esse desempenho, a balança comercial do Estado, mais uma vez, fecha o período apresentando um superávit maior que o do Brasil”.

Fonte: Diário de Cuiabá/Marianna Peres

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