As exportações brasileiras de couros somaram US$ 714 milhões no acumulado dos cinco meses deste ano, registrando um aumento de 79% em relação ao período de janeiro a maio de 2009. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.
“O valor exportado em maio, de US$ 158 milhões, demonstra um crescimento menor das vendas externas de couros, de 1% abaixo do registrado no mês de abril, o que significa que os exportadores estão enfrentando dificuldades para qualquer novo reajuste de preços”, avalia o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
Em sua opinião, o mercado internacional, principalmente nos tipos de couros que concorrem diretamente com o produto nacional, entrou em uma nova fase de baixa. A retração é explicada pela ocorrência de novos problemas financeiros internacionais, desta vez com foco na crise da União Européia, confirmando que a futura evolução e consequências nos principais mercados consumidores são imprevisíveis.
“Dessa forma, caso não ocorram mudanças na exportação quantitativa e já considerando uma acomodação de preços, estimamos embarques mensais entre US$ 140 milhões e US$ 150 milhões até o final deste ano”, analisa o executivo. Segundo o presidente do CICB, tal desempenho resultaria numa exportação total em 2010 ao redor de US$ 1,75 bilhão, valor 51% superior ao do ano passado, quando o Brasil exportou US$ 1,16 bi, mas ainda 7% abaixo das exportações de US$ 1,88 bilhão em 2008.
Outras medidas também podem estimular a reação da indústria curtidora, a exemplo da criação de linhas de crédito para suprir o capital de giro das empresas, política em que o governo pode prestar contribuição determinante.
Na análise de Wolfgang Goerlich, a estratégia fundamental neste processo de recuperação seria a criação de linhas de créditos para capital de giro pelo Banco do Brasil e BNDES, a adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), e a reedição do REVITALIZA, além de agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais.
Tradicionais e novos mercados
De janeiro a maio de 2010, os principais mercados do couro brasileiro foram à Itália, com US$ 172,58 milhões (24,17% de participação e aumento de 77% ante o período anterior), país que retomou a posição de primeiro lugar de destino do produto nacional; China, com US$ 163,65 milhões (22,92% de participação e elevação de 89%); Hong Kong (US$ 76,2 milhões, 10,67% de participação e crescimento de 44%), e Estados Unidos, US$ 70,9 milhões (9,93% e salto de 131%).
No acumulado dos cinco meses do ano, Alemanha (US$ 21,49 milhões), México (US$ 18,74 milhões), Vietnã (US$ 17,65 milhões), Holanda (US$ 14,71 milhões), Coréia do Sul (US$ 13,76 milhões), Tailândia (US$ 12,42 milhões) e Indonésia (US$ 12,34 milhões) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras.
Entre novos mercados que aumentaram as aquisições do couro nacional no período, destacam-se: Noruega que aumentou 82%, importando US$ 10,34 milhões; Cingapura (18,42 vezes) que adquiriu US$ 5,14 milhões; Uruguai (36,52 vezes, US$ 4,88 milhões) Dinamarca (237%, US$ 3,75 milhões), e Eslováquia (64,2 vezes, US$ 154,26 mil).
Fonte: Assessoria de Imprensa do CICB