Exportações de calçados têm alta de 15,1% até agosto e totalizam US$ 1,023 bilhão

Compartilhe:

Brasília – Por oito meses consecutivos, os embarques de calçados brasileiros mantiveram números positivos. De janeiro a agosto de 2010, o volume remetido ao exterior foi de 99 milhões de pares, o que significa uma elevação de 15,1% em relação a igual período do ano anterior, quando foram embarcados 86 milhões de pares.

O faturamento acumulado do ano de 2010 foi de US$ 1,023 bilhão – um acréscimo de 10,4% antes os US$ 926,8 milhões registrados de janeiro a agosto de 2009. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base nos números fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao MDIC.

Países

Os Estados Unidos continuam no topo da lista dos principais compradores do calçado brasileiro, com a aquisição de 24,4 milhões de pares em oito meses – o equivalente a um montante de US$ 254 milhões. No ano passado, este mercado havia consumido 19,7 milhões de pares neste período, com faturamento de US$ 238,4 milhões.

Em segundo lugar está o Reino Unido, com a aquisição de 5,5 milhões de pares, que geraram divisas da ordem de US$ 129,2 milhões desde o início do ano até agora. De janeiro a agosto de 2009, este mercado havia comprado 5,2 milhões de pares a US$ 125,6 milhões.

A vizinha Argentina ocupa a terceira posição, com uma fatia de 7,1 milhões de pares no período, o que equivale à geração de US$ 95,6 milhões. De janeiro a gosto do ano passado, os argentinos haviam encomendado 7,6 milhões de pares, gerando uma receita de US$ 80,5 milhões.

A Itália, também tradicional fabricantes de sapatos, é o quarto maior comprador do Brasil, tendo adquirido nos oito meses deste ano um total de 4 milhões de pares, com faturamento de 85,2 milhões. Em igual período do ano anterior, os italianos compraram 3,5 milhões de pares Made in Brazil, equivalentes a US$ 66,8 milhões.

RS e SP apresentam dados negativos

Embora os números referentes às exportações de calçados tenham se mantido positivos ao longo deste ano, os Estados do Rio Grande do Sul e São Paulo – tradicionais exportadores, vêm apresentando quedas. O Rio Grande do Sul, que é ocupa o primeiro lugar em termos de faturamento e o segundo em volume embarcado, perdeu nos dois quesitos. As fábricas gaúchas embarcaram este ano 21,6 milhões de pares, com faturamento de US$ 516 milhões. A redução foi de 12,3% em pares e de 3,2 em divisas comparativamente a igual período do ano passado, quando este Estado embarcou 24,7 milhões de pares, equivalentes a US$ 533,3 milhões. O preço médio subiu 10,4%, passando de US$ 21,63 para US$ 23,87.

Já o Estado de São Paulo, que é o quinto em volume e terceiro em faturamento, apresentou redução de 8,8% na quantidade embarcada, enquanto teve alta de 7,8% em termos monetários. De janeiro a agosto deste ano, foram 4,3 milhões de pares remetidos ao exterior, gerando US$ 82,7 milhões. Em igual período do ano passado, foram exportados 4,7 milhões de pares, que geraram US$ 76,8 milhões. O preço médio aumentou 18,1% – de US$ 16,35 para US$ 19,31. Os demais estados apresentam somente números positivos.

O Ceará segue na primeira posição em quantidade e segunda em faturamento. As fábricas cearenses exportaram 45,3 milhões de pares até agosto deste ano, com divisas de US$ 266,5 milhões – o que significa uma alta de 37,7% em volume e 39,9% em cifras, relativamente ao mesmo período de 2009, quando embarcaram 32,9 milhões de pares, gerando US$ 190,6 milhões. O preço médio apresentou elevação de 1,6%, passando de US$ 5,79 para US$ 5,88.

A Bahia, por sua vez, segue na quarta posição tanto em volume quanto em faturamento, sendo que no acumulado deste ano embarcou 4,7 milhões de pares, o que gerou divisas de US$ 61,6 milhões. Os números configuram acréscimo de 5,9% em quantidade e 32,6% em termos monetários em comparação aos oito primeiros meses de 2009, quando as fábricas baianas remeteram ao exterior 4,5 milhões de pares a US$ 46,4 milhões. O preço médio aumentou em 25%, de US$ 10,36 para US$ 12,97.

Já a Paraíba abocanha a terceira maior fatia dos embarques em termos de volume, com 17,2 milhões de pares exportados de janeiro a agosto de 2010, e o quinto lugar em faturamento, com US$ 50,6 milhões no período. Os fabricantes paraibanos conquistaram 15,1% de incremento em embarques e 6,8% em termos monetários ante igual período do ano anterior, quando haviam embarcado 14,9 milhões de pares, gerando US$ 47,4 milhões. O preço médio, porém, caiu 7,3%, passando de US$ 3,18 para US$ 2,94.

Minas Gerais é o sexto principal exportador brasileiro, uma vez que embarcou 885,9 mil pares este ano, com receita de US$ 11,4 milhões, ante os 742,3 mil pares do ano passado, com faturamento de US$ 9 milhões. A alta foi de 19,3% em volume, 25,6% em faturamento e 5,3% no preço médio, que passou de US$ 12,24 para US$ 12,88.

Sintéticos lideram em volume

De acordo com o capítulo 64 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), os calçados com cabedal em material sintético (NCM 6402) seguem na liderança dos produtos exportados, ocupando a maior fatia dos embarques. Do total embarcado no período de janeiro a agosto deste ano, que foi de 99 milhões de pares, 69,4 milhões de pares eram sintéticos. O segmento gerou faturamento de US$ 293,3 milhões, registrando crescimento sobre igual período do ano passado, quando vendeu 54,8 milhões de pares (26,6%), com divisas de US$ 233,9 milhões (25,4%).

Os calçados com cabedal em couro (NCM 6403) ocupam a segunda posição, com o embarque de 25,6 milhões de pares e faturamento de US$ 671,9 milhões. Este segmento apresentou retração de 5,5% em volume e alta de 5% em valores em relação ao ano passado, quando vendeu ao exterior 27 milhões de pares, gerando US$ 640 milhões.

Já os têxteis ocupam o terceiro lugar, e exportaram 3,1 milhões este ano, com faturamento atingindo US$ 47,8 milhões. Os números dão conta de que houve redução de 3% em quantidade e 9,3% em valores em relação ao ano passado, quando foram embarcados 3,2 milhões de pares, com faturamento de US$ 43,8 milhões.

Em quinto lugar aparecem os injetados (NCM 6401) com o embarque de 287,1 mil pares e divisas de US$ 2 milhões no acumulado de 2010. Isso significa um decréscimo de 29,8% em volume e 34,8% em finanças em relação ao ano passado, quando este segmento embarcou 409,1 mil pares, obtendo recursos de US$ 3 milhões.

A NCM 6405, classificada como “outros” e composta por diversos tipos de calçados, geralmente exóticos, apresentou um volume de exportação de 650,9 mil pares e faturamento de US$ 8,4 milhões.

Importações totais cresceram 18% até agora

Desde o início do ano até agosto, as importações totais de calçados – somando o volume de cabedais (medidos em pares) e de outras partes de calçados, como solados (medidos em quilogramas) cresceram 18% comparativamente ao mesmo período do ano passado. Até agora, o quantum – soma de calçados, cabedais e outras partes – das importações totaliza 31.352.143, enquanto no mesmo período do ano passado era de 26.554.010.

Deste total, 24.580.920 são oriundos da China, Indonésia, Malásia e Vietnã, o que demonstra que 78% do conteúdo importado é proveniente da Ásia. Somente em calçados, o Brasil importou 20,3 milhões este ano (sendo que 18,4 milhões de pares vieram da Ásia), contra 23 milhões de pares no ano passado, registrando uma redução de 12%. As importações de cabedais (NCM 64061000), porém, registraram alta de 208%, atingindo 9 milhões de pares, contra 2,9 milhões de pares importados de janeiro a agosto de 2009.

Outras partes de calçados respondem por 1.973.495 quilogramas no acumulado deste ano, enquanto no ano passado foram adquiridos de outros países 634.980 quilogramas.

Balança Comercial fica positiva em 13%

No acumulado dos oito meses do ano, a balança comercial apresentou um saldo de US$ 825,4 milhões, ficando positiva em 13%.  As exportações do ano somaram US$ 1.023 bilhão, gerando um índice positivo de 10,4%, enquanto as importações chegaram a US$ 198 milhões, ficando também positivas, em 0,9%. Essa movimentação gerou uma corrente de comércio de US$ 1.221 bilhão, o que significa 8,8% de crescimento em relação a igual período do ano anterior.

Fonte: ASCom Abicalçados/Brazilian Footwear

Tags: