Da Redação
Brasília – De janeiro a agosto, o Brasil acumula um superávit de US$ 33,148 bilhões no comércio com a China, valor que supera o saldo de US$ 28,684 bilhões registrado em todo o ano de 2022. Mantida a tendência dos oito primeiros meses deste ano, o País terá com a China o maior saldo comercial já registrado com um único país desde o início da série histórica, em 1997.
Nesse cenário de superávit recorde, outro dado chama a atenção nos números da balança comercial sino-brasileira: apenas quatro produtos responderam por mais de 84% das exportações brasileiras para o país asiático. São eles: soja, petróleo, minérios de ferro e carne bovina. Esse dado reforça a persistência da concentração das vendas brasileiras em commodities minerais e agrícolas, de menor valor agregado.
Exportações concentradas em commodities
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), até agosto, as exportações brasileiras totalizaram US$ 67,833 bilhões, alta de 6% sobre o mesmo período de 2022 e as exportações da oleaginosa somaram US$ 29,7 bilhões, equivalentes a 44% das vendas totais à China. Segundo item mais relevante da pauta exportadora, o petróleo gerou uma receita de US$ 12,1 bilhões (crescimento de 18,6% ou US$ 1,890 bilhão sobre janeiro-agosto de 2022), com participação de 18% nas vendas totais aos chineses. Com relação às vendas de minérios de ferro, terceiro item mais importante do comércio bilateral, os embarques totalizaram US$ 11,7 bilhões (queda de -6,035% sobre 2022 e participação de 17% nas exportações totais do Brasil). Outro destaque foram as vendas de carne bovina, que atingiram a cifra de US$ 3,6 bilhões, apesar da queda de -33% comparativamente com os oito primeiros meses do ano passado.
Pauta chinesa tem apenas manufaturados
Enquanto as exportações brasileiras são marcadas pela forte concentração nos produtos básicos, as vendas chinesas são compostas exclusivamente por bens manufaturados. Os cinco principais produtos vendidos pela China ao Brasil nos oito primeiros meses deste ano foram: válvulas e tubos termiônicos (US$ 3,8 bilhões); equipamentos de telecomunicações (US$ 2,13 bilhões); compostos organo-inorgânicos (US$ 1,93 bilhão); demais produtos da indústria de transformação (US$ 1,71 bilhão); e máquinas e aparelhos elétricos (US$ 1,027 bilhão)
Exportação em alta e importação em baixa
Com as exportações em alta de +6,0% e um total de US$ 67,883 bilhões, a China foi o destino de 30,2% de todo o volume embarcado pelo Brasil para seu maior parceiro comercial, superando os 26,8% registrados em todo o ano de 2022.
No tocante às importações, foi registrada este ano uma queda de -12,6% para US$ 34,735 bilhões e as vendas chinesas responderam por 21,4% das importações totais brasileiras de janeiro a agosto, contra 22,3% de participação no ano passado.
Os dados da Secex mostram ainda que a corrente de comércio entre o Brasil e a China de janeiro a agosto somou US$ 102,618 bilhões, contra US$ 150,172 bilhões em todo o ano de 2022, a maior cifra já registrada pelo Brasil no comércio do Brasil com um único parceiro comercial desde o início da série histórica elaborada pelo MDIC.