Da Redação
Brasília – No dia 21 de maio próximo, os ministros de Comércio Exterior do Brics estarão reunidos no Rio de Janeiro para debater os principais tópicos que serão tratados na Cúpula do bloco, a ser realizada nos dias 6 e 7 de julho, também no Rio de Janeiro. A expectativa é de que ao final da reunião dos chefes de Estado seja divulgada uma declaração conjunta expressando a prioridade atribuída pelos países do Brics ao multilateralismo econômico e a um sistema de comércio multilateral aberto, transparente e equitativo.
Além disso, a declaração reiteraria o apoio político dos membros do Brics à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e ao trabalho desenvolvido pela entidade, além do fortalecimento do Sistema Multilateral de Comércio.
Com as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos em todo o mundo, o governo brasileiro busca estreitar vínculos com parceiros tradicionais, ao mesmo tempo em que faz um grande esforço visando conquistar novos mercados para os produtos nacionais no exterior e ampliar o leque de suas parcerias no comércio internacional.
Comércio exterior do bloco tem alta vertiginosa
Nesse contexto, o Brics assume um papel preponderante. De acordo com documento divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2021, as exportações de bens do bloco totalizaram US$ 5,66 trilhões e as importações somaram US$ 4,73 trilhões (Fonte: Comtrade/UN). Por outro lado, as exportações e importações de serviços atingiram, respectivamente, as cifras de US$ 0,89 trilhão e US$ 1,00 trilhão (Fontre: BaTIS – OMC/OCDE). Com esses números, naquele ano, o Brics representou parcela relevante do comércio internacional, totalizando respectivamente 26% e 22% das exportações mundiais de bens e 14% e 17% das exportações e importações de serviços, considerando dados de 2021.
Os dados do comércio exterior do bloco mostram um crescimento vertiginoso. Em 2005, o total exportado pelos membros do Brics foi de US$ 1,7 trilhão. Em 2021, as vendas externas desses países subiu para US$ 5,7 trilhões, com um crescimento impressionante de 229% em um espaço de apenas 16 anos. Ao final desse período, a participação do Brics no comércio mundial chegou a aproximadamente 26%.
Analisando o período entre 2006 e 2021, a China permaneceu como o maior exportador de bens dentro do Brics. A Índia apresentou crescimento relativo considerável, passando da 6ª. Posição em 2006 para o 4º. Lugar em2021. Os Emirados Árabes Unidos também subiram de posição, da 4ª. Para a 3ª. Ao longo do período, enquanto a Rússia manteve-se em segundo lugar no grupo de países. Por sua vez, o Brasil caiu da 5ª. posição em2006 para a 6ª. posição em 2021.
Comércio pujante intrabloco
De acordo com o estudo, os membros do Brics desempenham um papel importante nas redes globais de comércio. Além de grandes exportadores e importadores, com frequência são destino das exportações uns dos outros, refletindo a cooperação econômica entre essas nações.
No caso específico do Brasil, as exportações destinadas a outros países do Brics somam 37,7% do total exportado, enquanto as importações originárias desses países representam 31,9% do total importado.
A China é, com ampla margem, o principal destino das exportações brasileiras no âmbito do bloco, respondendo por 83,0% das vendas nacionais para o Brics. A seguir aparecem a Índia (4,5%), Emirados Árabes Unidos (2,2%), Arábia Saudita (2,0%), Indonésia (1,9%), Egito (1,9%), Irã (1,8%), Rússia (1,5%) e África do Sul (1,1%).
Os principais produtos exportados pelo Brasil para os países do Brics são minérios metálicos e sucatas (18,7%), sementes e frutos oleaginosos (13,9%), petróleo (13,6%), carne e preparações de carane (7,6%), ferro e aço (5,2%), açúcares (3,4%),