São Paulo – As exportações brasileiras de lácteos aos países árabes somaram US$ 72 milhões de janeiro a agosto, um aumento de quase quatro vezes sobre o mesmo período do ano passado. As vendas externas totais do setor chegaram a US$ 211,4 milhões, um crescimento também de quase quatro vezes na mesma comparação. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
“O ano está sendo excepcional para os lácteos, pois os países estão começando a sair daquela nuvem negra da recessão e o consumo começa a mudar”, disse o gerente de promoção e prospecção internacional do ramo na Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Bernhard Smid. Nesse sentido, ele afirmou que as nações emergentes, entre elas as árabes, têm “altíssimo potencial” de mercado. “Vemos [o mundo árabe] como grande oportunidade”, acrescentou.
Smid informou que o projeto de divulgação da indústria de lácteos no exterior, uma parceria da OCB com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), está para completar o primeiro ciclo de dois anos, e o enfoque principal foi no mundo árabe. “Numa análise anterior ficou claro que havia uma demanda reprimida muito grande pelos produtos na região”, destacou.
Neste período, as duas entidades convidaram importadores da região para vir ao Brasil, organizaram uma missão à Argélia e participaram da Gulfood, feira do ramo de alimentos realizada todos os anos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde foi lançada a marca institucional B-Dairy.
Os organizadores do projeto pretendem realizar mais uma rodada de negócios entre exportadores brasileiros e importadores estrangeiros ainda este ano, e voltar à Gulfood em 2015. Participam da iniciativa dez empresas privadas, sendo que cinco são cooperativas.
A Argélia é o principal mercado entre os países árabes e o segundo no mundo, atrás apenas da Venezuela. As exportações brasileiras de lácteos para lá somaram US$ 39 milhões de janeiro a agosto, contra zero no mesmo período do ano passado. “A Argélia é um mercado muito diferente, eles [praticamente] não têm gado, então importam leite em pó também para reconstituir e produzir laticínios localmente”, afirmou Smid.
Os produtos variam de acordo com o destino, enquanto para a Argélia o leite em pó e o leitelho são os principais itens enviados, para a Arábia Saudita é o leite condensado, para o Egito, manteiga e leite em pó, e para os Emirados Árabes Unidos, creme de leite e leite condensado.
A Arábia Saudita é o segundo maior mercado do Brasil entre os árabes e o quarto no mundo, o Egito vem logo em seguida nas duas listas, os Emirados estão em quarto entre os árabes e em sétimo globalmente. Este ano o País exportou lácteos também ao Bahrein, Kuwait, Catar, Tunísia, Omã, Iêmen, Líbia e Jordânia.
Fonte: ANBA