Brasil e Rússia fecham semestre com intercâmbio comercial distante da meta de US$ 10 bilhões

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Da Redação

Brasília –  O Brasil e a Rússia estão muito distantes de alcançar a cifra de US$ 10 bilhões por ano em seu comércio bilateral, meta anunciada pela presidente Dilma Rousseff ao receber o presidente russo, Vladimir Putin, às vésperas da 6a Cúpula dos BRICS, dia 14, em Brasília. No primeiro semestre de 2014, as trocas entre os dois países somaram pouco mais de US$ 3 bilhões, bastante abaixo do montante de US$  5,650 bilhões registrados em igual período do ano passado. Mantido esse ritmo, o comércio bilateral fecharia o ano com um total de pouco mais de US$ 6 bilhões, cifra bastante inferior aos pretendidos US$ 10 bilhões.

A meta de US$ 10 bilhões é uma pretensão antiga e foi apresentada pela primeira vez no início dos anos 2000. O mais próximo que Brasil e Russia estiveram de alcançá-la aconteceu em 2008, quando as trocas bilaterais somaram US$ 7,985 bilhões, fruto de exportações brasileiras no montante de US$ 4,653 bilhões e vendas russas no total de US$  3,332 bilhões. De lá para cá, os números apresentaram sempre tendência decrescente. Ano passado, a corrente bilateral somou pouco mais de US$ 5,650 bilhões.

No primeiro semestre de 2014, as exportações brasileiras para a Rússia somaram US$ 1,669 bilhão (contra US$ 2,974 bilhões exportados em igual período do ano passado). Na outra ponta do intercâmbio, as vendas russas atingiram o montante de US$ 1,333 bilhão (US$ 2,676 bilhões no primeiro semestre de 2013). No mês de junho, o Brasil exportou US$ 433 milhões para o mercado russo e importou daquele país mercadorias no valor de US$ 307 milhões.

O principal destaque na pauta exportadora brasileira para a Rússia nos seis primeiros meses deste ano foi o aumento de 83,12% nas exportações de carne suína congelada, que passaram de US$ 177 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 325 milhões este ano. Também cresceram as vendas de carne de frango (aumento de 22,81%), que somaram US$ 68 milhões (US$ 56 milhões de janeiro a junho de 2013) e de café não torrado, no montante de US$ 39 milhões (US$ 31 milhões em 2013).

Enquanto esses produtos apresentaram altas significativas, outros itens perderam espaço no mercado russo. Foi o caso da carne bovina, que teve uma pequena queda de 2,52%, com as exportações somando US$ 563 milhões, ante US$ 578 milhões exportados no primeiro semestre do ano passado. Também caíram as exportações de açúcar, que geraram receita de US$ 243 milhões este ano, contra US$ 299 milhões exportados em 2013, uma redução de 18,72%. Foram reduzidas também as exportações de fumo virgíniat (-39,19%), que passaram de US$ 72 milhões nos seis primeiros meses do ano passado para US$ 44 milhões este ano.

Pelo lado russo, o primeiro semestre do ano foi marcado por forte aumento nas exportações dos principais produtos integrantes da pauta negociada com o Brasil. As vendas de outros cloretos de potássio somaram US$ 222 milhões este ano (US$ 159 milhões no primeiro semestre de 2013), enquanto as exportações de didrogeno-ortofosfato de amônio aumentaram 29,51% para US$ 202 milhões (US$ 156 milhões em 2013). Outro destaque das exportações russas foram as vendas de alumínio não ligado em forma bruta, no montante de US$ 164 milhões. No primeiro semestre do ano passado, a Rússia não exportou esse produto para o Brasil.

Conforme Dilma, o comércio bilateral tem condições de ser ampliado e, ao lado de Putin, colocou como meta chegar a US$ 10 bilhões por ano. Seria quase dobrar o valor atual. Em 2013, a corrente de comércio entre as duas nações chegou a US$ 5,65 bilhões.

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– Desde a primeira visita (ao Brasil) do presidente Putin, em 2004, nosso comércio bilateral mais que dobrou – disse Dilma.

Para impulsionar os negócios, foram assinados sete acordos bilaterais, com ações específicas para promoção do comércio e de investimentos nos setores de agronegócio, energia, inovação, tecnologia, aeronáutica, indústria farmacêutica e turismo.

A presidente afirmou que transmitiu ao presidente da Rússia as “inúmeras oportunidades” para aportes nos campos de energia e infraestrutura no país. Da mesma forma, Putin disse que criará condições favoráveis para negócios de empresas brasileiras na Rússia.

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