Principal bolsa de valores do mundo sedia evento da CNI e da FIESP para atrair investimentos verdes ao Brasil (Rafael Monaco/CNI)

Brasil é destaque em Nova Iorque como importante destino para investimentos verdes

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Brasília – “A agenda [do evento] fala de mensagens que o Brasil quer mandar para o mundo, mas também que investidores globais estão ansiosos para ouvir”. Com essa frase, o vice-presidente da Bolsa de Valores de Nova York, John Tuttle, deu o pontapé inicial do evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Responsável por mais de 30% da capitalização do mercado global, a Bolsa de Nova York foi palco do encontro que reuniu, nesta segunda-feira (18), representantes do governo federal brasileiro, do Congresso Nacional, do judiciário de empresas americanas e investidores para debater possibilidades de negócios voltados a:

  • transição energética
  • descarbonização da economia
  • infraestrutura
  •  e financiamento.
Robson Braga de Andrade diz que Brasil tem vantagens comparativas e deve ser destino de investimentos verdes (William Volcov/Brazil Photo Press)

Na abertura do evento, o presidente da CNI, Robson Braga, destacou o papel do Brasil rumo à retomada da industrialização, a chamada neoindustrialização, e a necessidade de os investidores internacionais olharem para o país.

“Temos, hoje, vantagens comparativas e vantagens competitivas tanto na atração de investimento como no desenvolvimento das nossas indústrias. O Brasil tem evoluído muito rapidamente e esse é o momento oportuno de fazer um chamamento a todos os investidores e empresários para que olhem o Brasil com a perspectiva de um futuro muito promissor para os negócios brasileiros”, avaliou Andrade.

Congresso priorizará projetos em sustentabilidade e transição energética, dizem Pacheco e Lira

Presidente da Câmara, Arthur Lira destaca atuação do Congresso Nacional na aprovação de leis que impulsionem a sustentabilidade (William Volcov/Brazil Photo Press)

Ainda na primeira etapa do encontro, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmaram que as propostas legislativas que contribuem para a transição energética e para a sustentabilidade na economia brasileira estarão entre as prioridades dos parlamentares no segundo semestre.

Segundo eles, três temas vão ganhar maior destaque:

  • a regulamentação do mercado de carbono;
  • o marco regulatório para a produção de energia eólica offshore;
  • e o marco regulatório da transição energética com ênfase no hidrogênio verde

“Ressaltamos a grande capacidade brasileira de produzir energia limpa e de manter nossas florestas. Como país, não tenho dúvidas, é o que mais preserva no mundo. Isto ocorre porque temos o privilégio e a responsabilidade de cuidar dos mais belos e ricos territórios do planeta. Ocorre também porque o Brasil tem uma legislação avançada. Não canso de dizer isso por onde ando: nossa legislação é a mais rígida, mais dura e mais correta para a permanência das nossas florestas”, disse Lira.

Nesse sentido, o presidente do Senado afirmou que o desenvolvimento dessa agenda está vinculado à atração de investimentos internacionais.

“Precisamos de incentivos de cooperação internacional, de parcerias globais e de transferência tecnológica. Sem os investimentos de longo prazo dos países mais ricos, sem a criação de mecanismos financeiros de fomento ao desenvolvimento sustentável e sem a redução das desigualdades regionais, a crise ambiental tende a se agravar. Precisamos agir”, afirmou Pacheco.

Brasil x Mundo: em que pé está o Brasil na transformação ecológica e energética

Fernando Haddad, ministro da Fazenda :

 “Não existe divórcio entre sustentabilidade e desenvolvimento. Isso é coisa do passado e dos equívocos do passado. O futuro é do desenvolvimento sustentável, e o Brasil pode ter um papel proeminente nisso, sabendo lidar com as nossas parcerias: Ásia União Europeia, Oxalá, o acordo do Mercosul e União Europeia seja aprovado agora no segundo semestre, mas também aqui com os investidores americanos.”

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima:

 “Nenhum país, como dizem os economistas que eu admiro, vai sair da armadilha de ser eternamente um país de renda média, se não for capaz de combinar suas necessárias commodities, como o Brasil tem, com uma indústria vigorosa, uma indústria forte. Podemos ser supridores de energia para o mundo, mas mais do que isso: podemos usar a energia que temos para criar novos produtos, novos materiais. Para isso, vamos precisar de ter uma indústria que seja capaz de ser competitiva. E, para que seja competitiva, vamos ter que apostar muito em educação, tecnologia e inovação.”

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento  (BID):

 “Há uma demanda, há um interesse renovado pela região. O interesse, obviamente, vem porque há uma percepção geral de que a América Latina e o Brasil são parte de uma solução dos problemas globais. Um dos problemas estamos tratando aqui. É a questão da transição energética, do aquecimento global e, obviamente, quando olham para o Brasil veem que aqui há uma complementaridade e que aqui a gente tem uma matriz energética mais limpa.”

(*) Com informações da CNI

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