Balança comercial poderá ter superávit de US$ 100 bilhões em 2023, projeta FGV

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Da Redação (*)

Brasília – O superávit da balança comercial em 2023 será o maior já registrado na série histórica podendo chegar, nas projeções mais otimistas, a até US$ 100 bilhões. A previsão consta do Índice de Comércio Exterior (Icomex) de outubro, divulgado hoje (21) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo destaca a crescente participação da China no saldo comercial recorde acumulado pela balança comercial brasileira nos dez primeiros meses do ano. Nos dez oruneuris meses do ano passao, a participação do saldo da China no superávit brasileiro era de 50% e, no mesmo período de 2023, passou para 53%; um aumento de US$ 17,1 bilhões.

A segunda principal contribuição veio dos Estados Unidos, com a redução do déficit da balança bilateral Brasil-Estados Unidos, que passou de   US$ 12,9 bilhões em 2022 para US$ 2,3 bilhões, liderada pela queda nas importações de 16%, com recuo das exportações em 3,1%. A redução do déficit com os Estados Unidos representou um ganho de US$ 10,5 bilhões para a balança comercial brasileira.

Em relação à Unão Europeia, o resultado foi no sentido inverso, passando de um superávit de US$ 6,2 bilhões para um déficit de US$ 100 milhões.

Por último, a contribuição da Argentina foi positiva, com um aumento no superávit de US$ 2,4 bilhões.  Na avaliação do Icomex, a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais argentinas, realizadas no último domingo (19) poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país.

O Índice da FGV sublinha que mesmo que o presidente eleito não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região.

De acordo com o Icomex, o superávit da balança comercial de outubro, no valor de US$ 9,0 bilhões, superou em US$ 5,6 bilhões o de igual período em 2022. No acumulado do ano até outubro, o saldo, no valor de US$ 80,2 bilhões, já é o maior na série histórica anual da balança comercial. Com esses resultados, o superávit de 2023 deverá ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões.

Participação decisiva das commodities

No ano de 2023, o aumento das exportações está associado ao desempenho das commodities. Em volume, as exportações aumentaram 31,9% na comparação interanual do mês de outubro e as não commodities, 4,2%.

No acumulado do ano, o volume exportado das commodities registrou variação positiva de 12,5% e o das não commodities recuou 1,3%. Os preços das commodities caíram 14,6% na comparação mensal e 9,2% no acumulado do ano. Entre as três principais commodities exportadas, soja e petróleo registram aumento em valor, mas o minério de ferro recuou 2,3%.

De janeiro a outubro, a agropecuária e a indústria extrativa registraram aumentos de 23,3% e 21,0%, respectivamente e a transformação uma queda de 0,8%, em relação a igual período de 2022.

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