Da Redação (*)
Brasília – Ao contrário das estimativas feitas recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e por instituições como a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) continuam apostando na possibilidade de a balança comercial brasileira fechar o ano com um superávit da ordem de US$ 50,52 bilhões.
De acordo com as instituições consltadas pelo Banco Central, as expectativas em relação ao saldo comercial seguem em alta. Na semana passada, a expectativa era de um superávit de US$ 50,07 bilhões e de acordo com o Boletim Focus divulgado hoje (18) pelo BC, o saldo poderá atingir a cifra de US$ 50,44 bilhões. Para o ano de 2017, o BC aposta em um saldo de US$ 49,94 bilhões, contra US$ 49,88 bilhões há uma semana.
Por outro lado, as Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa amanhã (19) e termina quarta-feira (20).
Mas até o final do ano, a expectativa é de redução da taxa básica. De acordo com as projeções, ao final de 2016 a Selic estará em 13,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de mais cortes na taxa Selic, que encerrá o período em 11% ao ano.
Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
Meta de inflação
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A meta de inflação é de 4,5%, com limite superior de 6,5% este ano e 6% em 2017.
A expectativa de redução na taxa Selic acompanha uma estimativa de inflação menor no próximo ano. Para 2017, as instituições financeiras projetam inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), abaixo do teto da meta, em 5,30%, mas ainda longe do centro do objetivo. A projeção anterior para o IPCA em 2017 era 5,40%. Para este ano, a estimativa para o IPCA foi mantida em 7,26%, portanto, acima do limite superior da meta.
Atividade econômica
Os números constam do Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central. A estimativa de instituições financeiras para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 3,30% para 3,25%, neste ano. Para 2017, a estimativa de crescimento subiu de 1% para 1,1%.
A projeção para a cotação do dólar foi alterada de R$ 3,40 para R$ 3,39, no fim deste ano, e de R$ 3,55 para 3,50, no fim de 2017.
(*) Com informações da Agência Brasil