AEB projeta uma queda de 40,6% no superavit da balança comercial em 2010

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Brasília (ComexdoBrasil) – A balança comercial do Brasil deverá fechar o ano de 2010 com um superávit de US$ 15,044 blhões, 40,6% inferior aos US$ 25,348 bilhões registrados em 2009 e apenas um item, o minério de ferro, será responsável por 72% desse saldo, graças à elevação de US$ 10,814 bilhões nas exportações do produto este ano. A receita obtida com as exportações de três commodities (minério de ferro, complexo soja e petróleo e derivados) vai ultrapassar 30% das receitas totais do Brasil em 2010.

Segundo dados divulgados pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a corrente de comércio projetada para 2010 de US$ 363,934 bilhões é 29,7% maior que os US$ 280,642 bilhões de 2009, mas 1,9% inferior aos US$ 370,927 bilhões atingidos no ano de 2008.

Abaixo, alguns dos principais dados e conclusões do estudo realizado pela AEB sobre a balança comercial brasileira em 2010.

Fonte: AEB

Fonte: AEB

Considerações  sobre  os  dados  projetados

  • Em 28.12.09, as projeções da AEB para 2010 eram exportações de US$170,720 bilhões, importações de US$158,230 bilhões e superávit de US$12,230 bilhões;
  • Não obstante as incertezas econômicas vigentes nos países desenvolvidos, as cotações das commodities permanecem em patamar elevado, favorecendo a expansão das exportações brasileiras, onde as commodities representam 70% das receitas geradas na exportação, mantendo o Brasil dependente de cenário e demanda internacionais favoráveis para manter o nível de suas exportações;
  • Como resultado do cenário internacional favorável, mas aliado às condições internas desfavoráveis, em 2010, depois de 32 anos, a participação projetada de 43,7% na exportação de produtos básicos será maior que os 40,0% de manufaturados. Em 1978, a participação dos básicos foi de 47,2% e dos manufaturados de 40,2%, significando uma volta ao passado como país fornecedor de matérias-primas;
  • A dependência brasileira das commodities pode ser medida pelos dados projetados para 2010, em que dos 10 principais produtos em receitas de exportação, 9 são commodities, ou, sob outro prisma, dos 20 maiores, 13 são commodities;
  • Em 2010, pela primeira vez, um único produto, minério de ferro, ultrapassará a marca de exportações de US$20 bilhões, projetando atingir US$24,061 bilhões;
  • Também em 2010, a receita de três commodities (minério de ferro, complexo soja e petróleo e derivados) vai ultrapassar 30% das receitas totais do Brasil;
  • O superávit de US$15,044 bilhões projetado para 2010 será 40,6% inferior aos US$25,348 bilhões apurados em 2009, sendo que a elevação de US$10,814 bilhões das exportações de minério de ferro contribuirá com 72% para a obtenção desse superávit de US$15,044 bilhões;
  • A corrente de comércio projetada para 2010 de US$363,934 bilhões é 29,7% maior que os U$280,642 bilhões de 2009, mas 1,9% inferior aos US$370,927 bilhões atingidos no ano de 2008;
  • O aumento das exportações em 2010 será obtido graças, prioritariamente, à elevação das cotações das commodities, e com mínima contribuição, à quantidade exportada. Registre-se que elevação de preço não gera emprego, ao contrário de quantidade, principalmente quando se refere a produtos manufaturados;
  • A elevada dependência das exportações de commodities, segmento em que o Brasil não exerce qualquer controle, e a pequena participação na exportação de manufaturados, torna instável, e até mesmo insustentável, o mercado externo para o Brasil, sujeito a fatores externos alheios a seu controle e sem poder de decisão;
  • O Real valorizado, os elevados custos internos, a fortíssima perda de sharenas exportações para os Estados Unidos nos últimos anos, a ausência de acordos bilaterais, as oscilações econômicas nos países desenvolvidos e a manutenção da agressividade comercial da China têm contribuído para a contínua redução da participação das exportações de manufaturados do Brasil, realidades que certamente criarão dificuldades em tentativas futuras de recuperação do mercado externo para manufaturados, normalmente amparado em contratos de fornecimento com prazos definidos e que, indiretamente, impõem fidelidade do importador.

Variações  projetadas  nos  principais  produtos de exportação

Fonte: AEB

Fonte: AEB

Variações  projetadas  nos  principais  produtos de exportação

Fonte: AEB

Variações  projetadas  nos  principais  produtos de  importação

Fonte: AEB

Fonte: AEB

Fonte: AEB

Variações  projetadas  nos  principais  produtos de  importação

Fonte: AEB

Fonte: AEB

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