Da Redação
Brasília – A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e a Associáção de Promoção do Comércio Exterior e Investimentos (Apex-Brasil) promovem nesta terça-feira (27) às 18h a apresentação do convênio assinado pelas duas entidades para a promoção das frutas brasileiras no exterior. O evento será realizado na sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, e contará com a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e dos presidentes da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, e Maurício Borges, da Apex-Brasil.
Está sendo aguardada confirmação das presenças dos ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Cid Gomes (Educação). Dez parlamentares ligados ao setor produtivo de frutas também estarão presentes, além das diretorias da CNA, da Abrafrutas e da Apex-Brasil.
Além de apresentar o Convênio Abrafrutas/Apes, a diretoria da Abrafrutas estará comemorando o primeiro aniversário de criação da instituição e também aproveitará a oportunidade para homenagear a ministra Kátia Abreu, que receberá uma placa de sócia honorária da Abrafrutas pelos relevantes serviços prestados à Associação.
O Convênio firmado pela Abrafrutas e Apex-Brasil integra a rede de acordos assinados por uma série de entidades representativas de importantes setores produtivos nacionais visando contribuir para a conquista de novos mercados e para o aumento das exportações de seus respectivos produtos.
Mercado dos EUA é um dos objetivos
O documento firmado pela Abrafrutas e Apex-Brasil prevê uma série de ações a serem implementadas nos próximos dois anos, envolvendo recursos da ordem de US$ 4,2 milhões repassados pela Apex-Brasil e uma contrapartida de US$ 741 mil a cargo da Abrafrutas. Com a parceria, a Abrafrutas vai trabalhar para que o Brasil aumente sua participação no comércio internacional de frutas.
No projeto apresentado à Apex-Brasil, um dos principais objetivos é conquistar espaços no mercado dos Estados Unidos. Também serão realizadas ações de prospecção de mercados e incentivo às exportações para países como a Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Hong Kong, Reino Unido e Rússia.
Terceiro maior produtor de frutas do mundo, atrás apenas da China e Índia, o Brasil não figura entre os maiores exportadores mundiais do setor. Segundo dados fornecidos pela Abrafrutas, no período novembro/2013 a outubro de 2014 o Brasil exportou frutas (inclui nozes e castanhas) no total de US$ 821 milhões, uma receita 5,9% inferior àquela obtida no ano anterior. Para se ter uma ideia da baixa participação brasileira no comércio internacional, as exportações anuais do Chile superam a cifra de US$ 2 bilhões.
De acordo com o presidente da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, “a participação brasileira no comércio mundial de frutas encontra-se muito aquém das potencialidades do País e temos grandes mercados a explorar. Foi pensando nisso que ao elaborar os termos do Convênio com a Apex-Brasil elegemos sete mercados preferenciais e junto a eles vamos implementar uma série de ações, que vão da participação em grandes feiras ao envio de missões comerciais e com isso esperamos aumentar significativamente as exportações das frutas nacionais”.
O Convênio assinado pela Abrafrutas com a Apex-Brasil prevê ações como a criação de uma marca para as frutas brasileiras, da identidade visual da instituição, DNA e brandbook. Além da participação em feiras e congressos internacionais, o acordo prevê a realização de ações de capacitação e certificação, gerenciamento de projeto e gestão de comunicação.
Um dos destaques na estratégia a ser implementada pela Abrafrutas será a participação, em 2015 e 2016, em algumas das mais importantes feiras de frutas do mundo. Entre elas, a Fruit Logística, de 4 a 6 de fevereiro, em Berlim, a Gulfood (também em fevereiro, nos Emirados Árabes Unidos), a World Food Moscou (no mês de setembro, em Moscou) e a Fruit Attraction (a ser realizada no mês de outubro, em Madri).
Segundo o Diretor Executivo da Abrafrutas, José Eduardo Brandão Costa, especial atenção será dada aos esforços visando conquistar espaços para as frutas brasileiras nos Estados Unidos. De acordo com ele, “os Estados Unidos são o segundo maior importador mundial de frutas e o Brasil está praticamente ausente desse importante mercado. Ali existe um enorme espaço a ser conquistado. Para tanto precisamos vencer barreiras como a medida que impede a entrada de frutas cítricas brasileiras naquele país e também será preciso agir no sentido de trabalhar para mudanças no padrão de consumo da população americana”.
Na opinião do Diretor Executivo da Abrafrutas, “a Abrafrutas pretende contratar um escritório de agentes de comercialização e facilitadores no processo de abertura do mercado americano para limas e limões brasileiros. Esse escritório desempenhará um papel de crucial importância no aumento das vendas de frutas brasileiras para os Estados Unidos, contribuindo para que a Abrafrutas explore aquela que é uma janela de grandes oportunidades”.
Através do Convênio com a Apex-Brasil, a Abrafrutas pretende alcançar até 2016 uma série de metas, entre as quais se incluem diversificar as exportações brasileiras, ampliando a participação nos mercados do Oriente Médio e da Ásia; aumentar em 5% o valor exportado até o ano de 2016; capacitar dez novas empresas para exportar de agora até o fim do próximo ano; e publicar, em mídias internacionais, os casos de sucesso sobre as empresas do setor.
Principais países-alvo
O Convênio Abrfafrutas/Apex-Brasil elegeu sete mercados principais e neles se concentrará boa parte da ação a ser realizada visando aumentar as exportações brasileiras de frutas. São eles:
Alemanha
É maior importador mundial de frutas mas não figura como grande importador do produto nacional. Ano passado, as exportações brasileiras para a Alemanha somaram pouco mais de US$ 28 milhões. O maior concorrente do Brasil na Alemanha é a Espanha e o consumo de frutas na Alemanha encontra-se estagnado devido ao baixo crescimento da população do país.
Emirados Árabes Unidos
Dotado de uma população pequena mas de elevado poder aquisitivo, em 2013 os Emirados Árabes importaram US$ 9,6 milhões em frutas brasileiras, limas e limões principalmente. O país é um grande importador de frutas e, com vem registrando aumento da população, pode tornar-se um mercado interessante para os exportadores brasileiros. A África do Sul é o principal concorrente do Brasil no país árabe.
Espanha
Grande importador de frutas secas, congeladas e de sucos, a Espanha importou US$ 72 milhões em frutas brasileiras em 2013 e a tendência é de aumento das importações, o que deve ocorrer à medida em que a Espanha começa a superar a grave crise econômica que atinge o país nos últimos anos.
Estados Unidos
Segundo maior importador mundial de frutas, os Estados Unidos são um grande mercado a ser conquistado. O consumo de frutas no país é crescente e a expectativa da Abrafrutas é de que o Brasil pode aumentar, de forma significativa, o montante de US$ 32 milhões exportados para o mercado americano em 2013.
França
Grande importador de frutas secas, a França ainda é um pequeno cliente do Brasil e ano passado importou apenas US$ 13 milhões em frutas brasileiras, volume que pode ser ampliado de forma significativa nos próximos anos.
Hong Kong
Considerado porto hub para toda a Ásia, Hong Kong é um país com carência de terras aráveis e é um grande importador de frutas. Do Brasil importa pouco: apenas US$ 500 mil em 2013.
Reino Unido
Terceiro maior importador mundial de frutas, o Reino Unido é um grande mercado para as frutas brasileiras. Em 2013, as exportações para o país totalizaram US$ 131 milhões. Com o Convênio firmado com a Apex-Brasil, a Abrafrutas aposta na conquista de espaços importantes nesse mercado, apesar da forte concorrência representada pelo Chile, África do Sul e Espanha.
Rússia
Com o embargo decretado pelos Estados Unidos e pela União Europeia às exportações de frutas e outros produtos para a Rússia, o país tornou-se um grande importador em potencial das frutas brasileiras. Em 2013, as exportações para a Rússia somaram apenas US$ 1 milhão e segundo a Abrafrutas as exportações tiveram aumento relevante em 2014, devido às oportunidades criadas pelo embargo posto aos russos pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Entre os concorrentes do Brasil na disputa pelo mercado russo de frutas figura o Equador e uma das grandes dificuldades de acesso ao mercado russo reside principalmente nas peculiaridades das negociações praticadas pelo governo daquele país.