Brasília – O Brasil é o terceiro maior exportador de algodão do mundo. Nestes primeiros oitos meses de 2015, o país exportou mais de 313 milhões de toneladas do produto, representando novas divisas no valor aproximado de US$ 480 milhões. No mesmo período do ano passado, foram exportados cerca de 242 milhões de toneladas, gerando US$ 463 milhões. No comparativo, um aumento de 29%. Os principais países importadores são Indonésia, Vietnã e Coréia do Sul.
No Brasil, o algodão é produzido principalmente nos estados de Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Maranhão. Como 5º produtor, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, o país tem uma produção de 1,467 milhão de tonelada na safra 2014/2015.
Apesar de todo esse potencial, o país enfrenta problemas no setor que dificultam seu crescimento. O bicudo-do-algodoeiro, inseto de maior incidência e com maior potencial de danos, podendo atingir até 70% das lavouras, e o alto percentual de fibras curtas do algodão, em razão da falta de mão de obra qualificada na hora de separar a fibra do carroço do algodão, são fatores que reduzem a produtividade e promovem a desvalorização do produto. Hoje, a porcentagem de fibra curta, que desvaloriza a matéria final, está 9% mais alto que no ano passado, “Infelizmente o mau manejo por parte da indústria vem ocorrendo com muita frequência, desvalorizando o produto”, observa o assessor técnico do setor algodoeiro da CNA, Alan Malinski.
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sempre preocupada com o produtor rural, atuou como parceira e patrocinadora do 10º Congresso de Algodão (CBA), que ocorreu entre os dias 1 e 4 de setembro, em Foz do Iguaçu, Paraná, que debateu estes problemas enfrentados constantemente pelos cotonicultores (produtores de algodão) e pela indústria, e que podem ser combatidos com boas práticas agrícolas e manejo adequado nas atividades industriais.
De acordo com o assessor técnico, além desses entraves, o produtor também enfrenta altos custos de produção, que podem atingir até 30% nesta safra. “A alta demanda por defensivos e fertilizantes com a alta da moeda americana (dólar) tem diminuído a rentabilidade dos produtores e isso tem dificultado a manutenção dos pequenos produtores na atividade”, observa. Malinski acrescentou que as discussões durante os três dias do CBA vieram trazer uma solução para estas questões, consideradas prioritárias para a CNA.
Depois de vários ciclos de palestras e mesas redondas, os debatedores do Congresso, chegaram à conclusão que a cotonicultura mundial passa por um momento de ajustes, com mudanças no padrão de consumo, na produção, nos preços e na comercialização. Diante dessa nova realidade, o Brasil precisa se adaptar para não perder espaço, estimulando o consumo interno e a abertura de novos mercados no exterior, além de passar a produzir com menores custos, objetivando maior produtividade e qualidade.
Fonte: CNA