São Paulo – O Brasil quebrou o recorde histórico de exportação de carne suína em maio desse ano. De acordo com a nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em maio foram vendidos U$$ 226,17 milhões em carne suína, uma quantia 57,3% maior em relação ao mesmo mês no ano passado.
Acompanhando o aumento de vendas externas, a forma in natura da carne suína brasileira também obteve recorde de vendas em valores, U$$ 821,70, e em quantidade, 334,27 mil toneladas. Mas, por que a preferência pela compra da carne em seu estado natural?
De acordo com o especialista em nutrição animal da Quimtia Brasil, José Luiz Schneiders, a escolha pela compra da carne in natura está ligada ao aumento da procura por produtos frescos.
“O consumidor moderno se preocupa com a diversificação no cardápio do dia-a-dia ao mesmo tempo em que não quer depositar muito tempo pensando em como preparar o alimento. Adquirindo carne fresca, ele tem informações claras do produto e ainda tem a garantia de qualidade, pois consegue escolher a carne mais atraente, que possuí cor viva, cheiro agradável e a maciez desejada”, afirma.
Além disso, outra questão que pode ter contribuído para o aumento das vendas, foram os novos surtos de Peste Suína Africana (ASF, na sigla em inglês) na Ásia e Europa em abril. A doença causada pelo vírus da família Asfarviridae faz com que os suínos tenham febre alta, hemorragia e dificuldade respiratória e, além disso, é extremamente contagiosa entre os animais e letal. Nesse cenário, a grande vantagem do Brasil é que não há indícios de que a doença esteja presente no país e em nenhuma parte do continente americano.
Segundo Schneiders, a garantia da qualidade da carne suína brasileira vem das normas de boas práticas de fabricação, manipulação, higiene e sanitização, além das análises dos pontos críticos de perigo.
“Como o mercado europeu é muito exigente em certificações de qualidade dos produtos alimentícios importados por eles e a carne bovina brasileira conseguiu apresentar todas estas certificações, o mercado de carne suína viu uma brecha para expandir a sua exportação. Afinal, o padrão de produção de carne suína aqui é bastante rígido, além disso, não temos foco da ASF no país, uma das exigências para a exportação da carne para a Europa”, explica.
Outro ponto levantado pelo especialista da Quimtia foi o inicio do investimento em carne suína de qualidade já na rastreabilidade da carne que será exportada, desde os insumos utilizados para a produção do animal. Pois, de acordo com ele, caso a nutrição não seja primorosa, aliada ao manejo, melhoramento genético, ambiência e sanidade de qualidade, a carne produzida provavelmente não atenderá os parâmetros de qualidade exigidos para a exportação.
(*) Com informações da Quimtia