Previsão catastrófica: comércio internacional cairá 27% no segundo trimestre, diz órgão da ONU

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Da Redação (*)

Brasília – O comércio internacional deverá sofrer uma contração de 27% no segundo trimestre, dando sequência a uma queda iniciada nos três primeiros meses de 2020, segundo informa relatório da Conferência das Nações Unias sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado hoje (11), em Genebra.

O documento relata um forte colapso no comércio mundial não-automotivo e de energia. No primeiro trimestre, o fluxo mundial de comércio apresentou uma queda de 5%, com os primeiros efeitos da pandemia de Covid-19 e esses danos serão significativamente maiores nos meses de maio, junho e julho, de acordo com o órgão da ONU.

A Unctad destaca que as interrupções nos setores econômico e social pela pandemia provocam um declínio dramático no comércio.

Importações

Os números mais recentes apontam uma deterioração em abril e maio. Nos países em desenvolvimento, o comércio parece ter caído num ritmo mais acelerado que nos países desenvolvidos.

O documento revela que as importações nas economias em desenvolvimento caíram 19% nesse mês, enquanto as exportações diminuíram 18%.

Dados das principais economias globais sugerem um cenário sombrio mais agravado no comércio internacional. Tendo em conta a “incerteza persistente”, a Unctad prevê um declínio de cerca de 20% este ano.

À exceção de janeiro e fevereiro, a China parece se ter saído melhor do que outras grandes economias. As exportações cresceram 3% em abril, mas essa performance pode durar pouco com a queda de cerca de 8% nas importações e exportações, observada em maio.

Regiões

O comércio inter-regional parece ter caído para uma taxa muito mais baixa nos países do Leste Asiático e do Pacífico.

Em relação ao comércio inter-regional da União Europeia, houve queda num ritmo semelhante ao do comércio geral. Por outro lado, as estatísticas dos Estados Unidos indicam um declínio muito mais forte do comércio inter-regional.

Em termos do comércio internacional os dados relativos ao segundo trimestre de 2020 indicam uma desaceleração muito mais grave.

As empresas de comércio não-automotivo e de energia entraram em colapso, e o comércio de produtos agroalimentares permaneceu estável. Já a compra e venda de insumos médicos para a Covid-19 mais do que dobrou em abril.

(*) Com informações da UNCTAD

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