Nova Zelândia credita sucesso da modernização agropecuária ao fim dos subsídios do governo

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Brasília – A Nova Zelândia é uma nação independente, com uma população de 4,6 milhões de pessoas, das quais grande parte trabalha no setor agropecuário. Hoje, o País exporta 95% de sua produção de leite. Mais de 70% de seus US$ 12,5 bilhões de exportações são provenientes de laticínios,  da lã, da madeira, de carnes e peles. Seus principais parceiros comerciais são os Estados Unidos, China, Austrália, Japão e países da União Europeia. A nação é um exemplo de como desenvolver agropecuária de sucesso sem praticamente nenhum subsídio do governo.

Mike Petersen, representante para Assuntos de Comércio em Agricultura da Nova Zelândia
Mike Petersen, representante para Assuntos de Comércio em Agricultura da Nova Zelândia

Segundo o representante para Assuntos de Comércio em Agricultura da Nova Zelândia, Mike Petersen, até 1985 existiam vários tipos de subsídios à produção e exportação para os agricultores. Após o fim dos recursos, em razão da crise econômica mundial do petróleo, os produtores rurais tiveram que pensar na fazenda como um negócio, nas decisões do que o mercado dita e não mais o que o governo dizia. “Por depender economicamente do mercado internacional, os produtores rurais neozelandeses investiram em qualidade, eficiência e produtividade”, observou.

Petersen acrescentou que hoje a única ajuda oficial é dirigida a pesquisas. Atualmente, o produtor rural tem uma grande estrutura de apoio da parte governo, com assessoramento na produção, consultorias, ajuda médico-veterinária, informações sobre fertilizantes e utilização de softwares.

“Há um consenso que a retirada dos subsídios foi totalmente positiva para o setor, gerando uma agroindústria mais dinâmica, direcionada e sustentável”. O neozelandês afirma: o agricultor que vai ao banco em busca de financiamentos paga as mesmas taxas de crédito vigentes para indústria e o comércio, em torno de 8% ano.

Para o Superintendente Técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, o Brasil, apesar de ser uma potência agrícola, precisa aprender muito com o êxito da Nova Zelândia, principalmente no que se refere ao pragmatismo e eficiência dos processos produtivos. Lucchi observa que o setor agropecuário brasileiro precisa de mais pesquisa e maior integração com a agroindústria, considerados fatores determinantes para a competitividade. “As cadeias que mais se aproximam desse modelo são as mais bem sucedidas”, disse.

A Embaixadora da Nova Zelândia, Caroline Biekey, ressalta que tanto o seu país quanto o Brasil são dois países agrícolas com muitas coisas em comum e têm muito a aprender. “As negociações internacionais são extremamente importantes. Principalmente quando tem uma instituição para representar os agricultores. Por isso, a colaboração da Embaixada com a CNA será sempre continua”, finalizou.

Fonte: CNA

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