Crédito: CNC/Divulgação

Momento decisivo para o comércio exterior

Compartilhe:

José Roberto Tadros (*)

No dia 18 de novembro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) promoverá o Fórum de Comércio Exterior – Desafios e Oportunidades, um encontro que chega em momento decisivo para o setor produtivo brasileiro. Em meio a um cenário de juros elevados, inadimplência recorde e crescente competição desleal de produtos importados, discutir a inserção internacional do Brasil é mais do que necessário — é uma questão estratégica para a soberania econômica do País.

O comércio exterior, embora muitas vezes associado mais à pauta industrial, é tema central também para o setor terciário. O que acontece nas fronteiras — nas políticas de tarifas, nos acordos comerciais, nas regras de importação e exportação — impacta diretamente o varejo, os serviços e o turismo. Por isso, a CNC atua de forma firme e contínua em defesa da isonomia tributária e da competitividade do nosso comércio, pilares essenciais para preservar empregos, empresas e o dinamismo econômico nacional.

O recente “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos é um exemplo claro da sensibilidade e da volatilidade das relações econômicas globais. Medidas unilaterais, motivadas por rearranjos geopolíticos e pressões internas, podem gerar reflexos imediatos no desempenho das nossas empresas, reduzindo investimentos e afetando o crescimento. Estimativas apontam que o impacto desse aumento de tarifas pode retirar até 0,2% do PIB brasileiro, o que reforça a necessidade de uma política externa ativa e atenta.

Da mesma forma, a implementação do Tax Free, operacional no Rio de Janeiro desde setembro, representa um movimento importante para reposicionar o Brasil no mapa turístico global. Estimular o consumo de turistas estrangeiros no país é medida urgente e inteligente — adotada com sucesso por diversos países vizinhos.

Esses temas, que podem parecer distintos, na verdade compõem uma mesma equação: a necessidade de fortalecer a nossa autonomia econômica. Proteger o comércio local de distorções tributárias, ampliar a inserção brasileira em cadeias globais e criar um ambiente atrativo para investidores e turistas são dimensões complementares de uma estratégia sólida de desenvolvimento.

O Fórum, uma iniciativa da Assessoria das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços da CNC, em conjunto com a Assessoria de Gestão das Representações e com a participação da Câmara Brasileira do Comércio Exterior, reunirá especialistas de grande relevância — representantes do setor empresarial, economistas, consultores e profissionais com atuação direta nas pautas aduaneiras e regulatórias. É dessa pluralidade de olhares que nascem diagnósticos precisos e caminhos concretos.

Queremos contribuir para um Brasil mais integrado ao mundo, mas também mais preparado para enfrentar práticas protecionistas e mudanças abruptas nas regras do comércio internacional. Para isso, defendemos uma política de comércio exterior que seja moderna, transparente, previsível e alinhada às necessidades do setor produtivo.

A CNC reafirma seu compromisso de liderar esse debate com responsabilidade e visão de futuro. Seguiremos vigilantes e atuantes, buscando o equilíbrio entre abertura comercial, desenvolvimento interno e proteção do nosso tecido empresarial — especialmente aquele composto por milhões de micro e pequenas empresas que formam a espinha dorsal da economia brasileira.

Convido todos a acompanharem o Fórum e a participarem dessa discussão estratégica. Que este encontro fortaleça a construção de soluções que ampliem oportunidades, reduzam assimetrias e posicionem o Brasil de maneira competitiva no cenário global.

(*) José Roberto Tadros – Presidente do Sistema CNC–Sesc–Senac

https://www.sympla.com.br/evento-online/forum-comercio-exterior-desafios-e-oportunidades/3149329?referrer=www.google.com&referrer=www.google.com

 

 

 

Tags: