Milho em 2023: percentual de exportação dispara e registra superávit na segunda semana de fevereiro

São Paulo – No dia 13 de fevereiro de 2023, foi publicada a Balança Comercial Preliminar referente às duas primeiras semanas de fevereiro de 2023 e, a partir dos dados e informações apresentados, notou-se que, ainda que o resultado das exportações tenha sido de queda, alguns produtos tiveram o aumento do volume de vendas e, dentre eles, o milho não moído, exceto milho doce se destacou.

De acordo com a FieldView, uma das empresas de destaque e referência no setor, o Brasil é o único país entre os grandes exportadores que consegue produzir até três safras de milho anualmente. Esse fato decorre da alta implementação de tecnologia aplicada que otimiza os processos e melhora o campo através de novos métodos e componentes.

O milho está entre os principais produtos mais exportados do Brasil.

A alta tecnologia somada ao cenário de escassez e ao aumento da produção do grão procedeu ao atual superávit registrado logo na segunda semana de fevereiro de 2023.

A cultura do milho possui períodos de plantio e colheita variados devido às características ambientais e climáticas das diversas regiões do Brasil, porém, conforme a FieldView, os três períodos de safra e colheita, geralmente, a partir de dados da maioria dos estados, ocorre da seguinte maneira:

  1. O plantio ocorre entre setembro e dezembro, enquanto a colheita é entre fevereiro e junho.
  2. O plantio ocorre entre janeiro e março, enquanto a colheita é entre maio e setembro.
  3. O plantio ocorre entre abril e junho, enquanto a colheita é entre agosto e novembro.

É válido ressaltar que o produtor deve consultar o calendário agrícola e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), duas ferramentas que podem orientá-lo melhor sobre o melhor período para o cultivo.

No início de dezembro de 2022, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) afirmou que a previsão de produção era de 125,8 milhões de toneladas na safra 2022/23, com um aumento de 11,2% em relação à safra anterior. Essa expectativa de crescimento foi superada com o aumento significativo das exportações de milho. Além disso, a CONAB estabeleceu outras perspectivas relevantes, dentre elas, a tendência de crescimento de 3,3% de área total de plantio no país ou de 2,49 mil hectares sobre a área da safra 2021/22.

No entanto, as tensões internacionais na Europa estão aumentando e isso afeta indiretamente países fora do continente europeu. Como a questão dos fertilizantes, que foi um dos temas de destaque de 2022 pois o Brasil ocupa, conforme o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a quarta posição global com 8% do consumo mundial desses insumos, é preciso ter atenção aos possíveis gargalos que podem afetar a produção de determinadas culturas.

Por outro lado, o cenário também pode favorecer os agricultores que estiverem preparados porque poderão abastecer a crescente demanda de grãos.

A alta oferta de grãos em um cenário de escassez pode conter a alta dos preços das commodities e, consequentemente, dos alimentos derivados.

De acordo com os dados Exportações da Agropecuária em fevereiro de 2023, o percentual de participação do milho nas exportações no mês atual foi de 4,67%, enquanto no mesmo período do ano anterior foi de 0,87% e a variação relativa em Média Diária (MD) foi de 367,85%. Dessa forma, as exportações de milho não moído, exceto milho doce, superaram as de café não torrado, o destaque do mesmo período no ano anterior.

Sobre o destino dessas vendas é possível afirmar, de acordo com o Canal Rural, que a China se destacou, superando o Irã, o Japão e a Espanha, os principais compradores do cereal. E com a aproximação entre Brasil e China a partir das aprovações alfandegárias estabelecidas no final de 2022, o fluxo comercial, não só através de exportações de milho, mas também de outros produtos, tende a crescer.

Esse contexto de remodelação, atualização de instalações e acordos, é uma forma de impulsionar vendas e, consequentemente, as exportações.

É admissível afirmar, portanto, que a tendência é positiva para os agricultores e é necessário acrescentar que, segundo a FieldView, a expectativa é de redução dos preços do milho brasileiro mesmo com a possível alta em nível internacional, o que pode controlar o preço de alimentos que são derivados ou compostos por milho e não afetar negativamente o consumidor do mercado interno.

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