Brasília – Em dois ou três anos, o Brasil terá condições de suprir 50% do mercado russo de lácteos, incluindo leite em pó, queijo e manteiga, disse nesta quarta-feira (8) a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), durante audioconferência, direto de Moscou. Ela participa de missão oficial à Rússia para estreitar a cooperação e o comércio entre os dois países no setor do agronegócio. “Temos competitividade [para atender a demanda do mercado russo por leite], e as indústrias brasileiras estão preparadas”.
Esta é a primeira vez que o Brasil vai exportar leite em pó para a Rússia. Segundo a ministra, 11 empresas brasileiras receberam autorização do Ministério da Agricultura da Rússia para exportar o produto. Mais 11 novas empresas de lácteos também estão aguardando a liberação para exportar para aquele mercado.
A Rússia importa anualmente 630 mil toneladas de leite em pó, o equivalente a US$ 1,2 bilhão. “O interesse russo é com a diversificação do mercado, um número maior de empresas de porte médio e regionais. Hoje, as indústrias estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste”, disse a ministra.
De acordo com Kátia Abreu, “a autorização automática (prelisting) do governo russo significa que temos um sistema de defesa agropecuário confiável e sólido”.
Carnes
No encontro com o ministro da Agricultura russo, Alexander Tkachev, Kátia Abreu também falou sobre as carnes brasileiras. “Somos grandes exportadores de carnes para a Rússia. Disse a ele que esperamos que não haja oscilação nas vendas e que as exportações ganhem fluxo. As empresas estão fazendo investimentos para atender essa demanda.”
A ministra afirmou ainda que, nas próximas semanas, “teremos tudo finalizado para Brasil importar trigo e pescados da Rússia”. “Não vamos permitir, no entanto, que essa importação reduza a produção no país”, acrescentou.
Logística
Na audioconferência, Kátia Abreu mencionou ainda o Plano de Investimentos em Logística, anunciado recentemente pelo governo federal. Segundo a ministra, o Japão mostrou maior interesse no plano, que prevê recursos de R$ 198,4 bilhões.
“China e Cingapura também mostraram interesse em investir em infraestrutura no Brasil”, assinalou. Ela disse ainda que o Japão criou um grupo de especialistas para trabalhar a exportação de serviços em logística para o Brasil.