Fluxo comercial Brasil-Irã tem forte alta e se aproxima do recorde da série histórica

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Da Redação

Brasília –  O fluxo de comércio entre o Brasil e o Irã registra, até o mês de novembro, uma das maiores altas da série histórica e no período janeiro-novembro as exportações brasileiras para aquele país tiveram um crescimento de 38,54% para US$ 2.056 bilhões, enquanto as vendas iranianas, apesar de ainda bastante modestas, deram um salto de 1.890,46% e somaram US$ 63 milhões.

De janeiro a outubro, as trocas comerciais entre os dois países atingiram a cifra de US$ 2,118 bilhões, com um superávit brasileiro de US$ 1,993 bilhão. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Faltando apenas um mês para o término do ano, é pouco provável que o volume do comércio brasileiro-iraniano supere o recorde histórico registrado em 2011, quando os dois países comercializaram bens no valor total de US$ 2,367 bilhões, com exportações brasileiras no montante de US$ 2,332 bilhões e embarques iranianos totalizando US$ 35 milhões. Ainda assim,  na avaliação de analistas do MDIC, essa meta será superada com ampla folga em 2017, quando se espera que o intercâmbio bilateral possa situar-se próximo dos US$ 3 bilhões.

Apesar do forte crescimento de 38,54% nas exportações realizadas até novembro, o Irã foi o destino final de apenas 1,21% do volume total exportado pelo Brasil e figurou na vigésima-terceira posição entre os principais países de destino das exportações brasileiras.

Os dados do MDIC mostram ainda que a vendas ao Irã são marcadas por uma forte concentração em commodities, de baixo valor agregado. Os produtos basicos, com exportações no total de US$ 1,73 bilhão, responderam por 84,3% das exportações, enquanto os produtos semimanufaturados tiveram uma participação de 11,7% no volume exportado (US$ 240 milhões). Por sua vez, os bens industrializados ficaram com uma fatia de 3,99% e geraram uma receita de US$ 82 milhões.

Apenas cinco produtos foram responsáveis por 93,9% de todo o volume exportado para o país persa. São eles milho (US$ 732 milhões e 36% de participação nas exportações), soja (US$ 461 milhões e 22%), carne bovina (US$ 327 milhões e 16%), açúcar (US$ 205 milhões e 10%) e farelo de soja (US$ 204 milhões e participação de 9,9% nas exportações).

Do lado iraniano, os dados do MDIC revelam um crescimento de 1.890,46% nas exportações para o Brasil até o mês de novembro, comparativamente com igual período de 2015. Esse aumento deveu-se ao crescimento de 9.423,1% nas vendas de produtos seminanufaturados, gerando uma receita de US$ 35 milhões (participação de 57,5% nas vendas totais do Irã para o Brasil) e uma alta de 1.752,6% para US$ 25 milhões nas exportações de bens industrializados. Já os produtos básicos tiveram uma queda de 11,1% e somaram pouco mais de US$ 1 milhão.

Apenas dois produtos foram responsáveis por 95% das exportações totais do Irã para o Brasil. São eles manufaturados de ferro e aços (US$ 35 milhões e participação de 56% nas vendas) e ureia (com uma receita de US$ 24 milhões e uma fatia de 39% no total embarcado pelo Irã para o Brasil).

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