Brasília – Exportadores de frutas do Vale do São Francisco reuniram-se na noite desta terça-feira (10/6) com o ministro da Agricultura, Neri Geller, para pedir medidas de apoio ao controle da mosca das frutas. A preocupação dos produtores da região, que já fazem controle rigoroso nos pomares, é com a infestação excessiva do inseto, que pode prejudicar a qualidade das frutas, principalmente manga e uva, que são as mais vendidas para o mercado internacional. O encontro foi liderado pelos deputados Antônio Balhmann (PROS-CE), presidente da Frente Parlamentar da Fruticultura, e Daniel Almeida (PCdoB-BA).
A lista de solicitações inclui medidas preventivas, como a destinação imediata de recursos ao controle químico para redução “brusca” da incidência desta praga. A ideia é dar “tratamento de choque” ao problema dos insetos, com técnicas de manejo da produção, contratação de fiscais sanitários para a região, e a criação de um fundo para financiar as ações de controle da praga. “Precisamos reduzir a infestação da mosca o mais rápido possível”, alertou o assessor técnico da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Brandão Costa.
A fruticultura no Vale do São Francisco, tradicional no país, gera 240 mil empregos diretos e responde por quase 100% da uva e 90% da manga que embarcam para o exterior, além de ser responsável pela produção de 15% dos vinhos nacionais. Diante da importância da atividade, os empresários da região alertaram o ministro das graves consequências, caso o problema saia de controle.
“Já houve o problema da Índia, que teve as exportações de manga para a União Europeia suspensas. Se o Brasil não agir rápido, terá as mesmas dificuldades”, disse o diretor comercial da Associação Brasileira de Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Paulo Dantas. “A mosca das frutas é um problema mundial que gera prejuízo de US$ 20 bilhões por ano”, explicou o pesquisador Jair Fernandes, diretor executivo da Moscamed Brasil, organização especializada em desenvolver técnicas de controle de insetos e pragas, e que atua em parceria com órgãos estaduais de defesa agropecuária.
Ao ouvir as demandas do setor, Neri Geller informou que o ministério está discutindo com a Casa Civil a liberação mais rápida do registro dos agroquímicos. Ele também determinou à Secretaria de Defesa Agropecuária que analise os outros pedidos do setor. Também estiveram presentes no encontro representantes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).
Fonte: CNA