Enquanto a palavra pode ser mais associada a questões burocráticas e operacionais no Brasil, o mercado global, digitalmente interconectado, demanda estratégia de marketing e inovação.
Rodrigo Solano (*)
A exportação é um termo que vai além do simples ato de vender produtos ou serviços para outros países. É uma estratégia complexa que envolve a construção de uma marca forte, a diferenciação no mercado global e a criação de uma experiência excepcional para os clientes. Para os negócios brasileiros, a exportação pode ser uma via para não apenas aumentar a participação no mercado internacional, mas também para redefinir a percepção global da indústria nacional.
Um estudo recente publicado em 06 de setembro na revista Marketing Week destaca a importância crescente da marca no marketing B2B “Brand has ‘never been more important in B2B marketing’, research reveals (marketingweek.com)”. A pesquisa revela que, em 2024, a conscientização da marca se tornou o fator mais crucial, ultrapassando a geração de demanda. Isso sugere uma mudança significativa nas estratégias de negócios, em que a construção de uma marca forte e reconhecível pode abrir portas para novas oportunidades de exportação para empresas brasileiras.
No entanto, segundo o estudo, existe uma desconexão perceptível entre a comunicação de marca dos profissionais de marketing B2B e a percepção dos compradores. Enquanto 71% dos profissionais de marketing acreditam que comunicam uma posição de marca distinta, 68% dos compradores sentem que as marcas parecem iguais. Isso indica a necessidade de uma abordagem mais criativa e surpreendente na comunicação internacional, marcas brasileiras podem realizar com um atalho que aproveita os diferenciais exclusivos nacionais, ou criando sua própria estratégia voltada à inovação.
A liderança de pensamento também se tornou uma prioridade, subindo para a terceira posição entre os fatores que influenciam as decisões de compra. Contudo, apenas 26% das marcas são reconhecidas por sua liderança de pensamento. Isso mostra que há um espaço considerável para as marcas brasileiras se destacarem, utilizando a rica diversidade cultural do país para gerar ideias inovadoras e estabelecer-se como líderes em seus respectivos campos. Afinal a liderança de pensamento é produzida aqui através da troca de conhecimento de diferentes povos que aqui se encontraram.
Por fim, a experiência do cliente é fundamental. Experiências personalizadas e híbridas podem encurtar o ciclo de decisão de compra, destacando a importância de uma presença online forte e interativa, que vá além de um departamento de exportação tradicional. As empresas brasileiras que investirem em criar experiências memoráveis para os clientes deverão estar mais bem posicionadas para conquistar e manter uma presença sólida no mercado global.
A par deste diálogo entre o estudo publicado e as oportunidades para empresas nacionais, a exportação para os negócios brasileiros não é apenas uma questão de vender para o exterior através de um departamento, mas de construir uma marca forte, comunicar efetivamente sua proposta única de valor e proporcionar uma experiência de cliente inesquecível.
E isso evolve incluir a cultura internacional na estratégia das empresas de forma massiva e consistente, sem esquecer a importância das operações e questões burocráticas, muitas vezes cruciais. Com esses elementos em jogo, o Brasil pode aumentar sua participação no mercado internacional e redefinir sua imagem no cenário. Se for de maneira planejada e integrada, as chances de sucesso devem aumentar ainda mais!
(*) Rodrigo Solano, Especialista em Internacionalização e Comunicação Intercultural
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