Exportações e importações do Brasil caem drasticamente para todos os grandes blocos comerciais

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Da Redação

Brasília –  O fluxo do comércio exterior brasileiro com os grandes blocos econômicos registra de janeiro a outubro de 2015 queda  sem precedentes, com retrações históricas tanto nas exportações quanto nas importações realizadas junto a esses grandes agentes do comércio internacional. A retração varia em termos percentuais mas atinge o comércio brasileiro com a União Europeia, os BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), Mercosul, África, Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Mexico e Peru) e Oriente Médio.

A União Europeia reduziu em 20,54% as importações de produtos brasileiros nos dez primeiros meses deste ano. Assim, as exportações brasileiras para o bloco europeu somaram US$ 29 bilhões. Nesse mesmo período, as importações brasileiras tiveram uma queda de- 21,41% para US$ 31 bilhões. Com exportações e importações em queda livre, também verificou-se significativa retração no superávit acumulado pelos europeus no intercâmbio com o Brasil, no montante de US$ 2,756 bilhões. Em todo o ano passado, o deficit brasileiro chegou a US$ 4,671 bilhões.

Em termos de exportações, foram registradas quedas nas vendas brasileiras dos três principais itens que integram a pauta exportadora para a Europa: bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (-26,91%) para US$ 2,497 bilhões; café não torrado (-8,41%) para US$ 2,447 bilhões) e soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (-33,47%) para US$ 2,075 bilhões).

Do lado europeu, quedas significativas dos cinco principais produtos exportados para o Brasil, com destaque para retração de -43% nas vendas de outras gasolinas, exceto para aviação, que geraram receita de pouco mais de US$ 657 milhões.  Também decresceram as  exportações de automóveis (-37,55%) para US$ 585 milhões), de outros fungicidas (-3,34%) para US$ 545 milhões, de gás natural, liquefeito (- 15,31%) para US$ 426 milhões; e de outros cloretos de potássio (-15,31%) e receita de US$ 419 milhões.

BRICS

Em relação aos BRICS, a retração do fluxo comercial foi ainda mais expressiva. De um lado, as exportações brasileiras despencaram -16,26%, totalizando US$ 37,5 bilhões de janeiro a outubro. Praticamente no mesmo rítmo, as importações caíram 16,62% e somaram pouco mais de US$ 33,4 bilhões. Graças à forte contração nas importações, o Brasil transformou em superávit de mais de US$ 4 bilhões (de janeiro a outubro) um déficit que atingiu a cifra de US$ 2,309 bilhões) em todo o ano de 2014.

Mercosul

As trocas entre o Brasil e os outros sócios do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) totalizaram US$ 49 bilhões em 2014 e este ano, de janeiro a outubro, totalizaram US$  32 bilhões e mesmo os mais otimistas não acreditam que o intercâmbio com esses países chegue a US$ 40 bilhões, podendo a té mesmo ficar muito aquém dessa cifra. Este ano, as exportações brasileiras acumulam, até outubro, queda de -15,43% e geraram receita de aproximadamente US$ 19 bilhões.

Por outro lado, graças a uma retração bem mais forte (-28,49%), os sócios do Mercosul exportaram para o Brasil bens no montante de US$ 13,3 bilhões. Com esses números, o intercâmbio com o bloco proporcionou ao Brasil um saldo de US$  5,6 bilhões, bem superior ao superávit de US$ 4,4 bilhões registrado em todo o ano passado.

África

A forte contração nas importações de petróleo da Nigéria provocou uma mudança radical nos números do intercâmbio com os países africanos. Ano passado, o Brasil importou mais de US$ 17 bilhões em produtos africanos e exportou pouco mais de US$ 9,7 bilhões para esses países, o que resultou no maior deficit do comércio exterior brasileiro com todos os blocos econômicos do mundo, no montante de US$ 7,3 bilhões. Este ano, as exportações brasileiras acumulam uma queda de 14,72% e somaram até outubro US$ 6,8 bilhões, enquanto as importações tiveram uma retração de -49,60% para US$ 7,2 bilhões. Graças a esses números, o deficit no comércio com os países africanos atingiu, de janeiro a outubro, cifra de pouco mais de US$ 422 milhões.

Aliança do Pacífico

A Aliança do Pacífico também enfrenta forte contração nas correntes de comércio com o Brasil e depois de terem alcançado cifra superior a US$ 12,8 bilhões em 2014, as exportações brasileiras para o bloco integrado pela Colômbia, Chile, México e Peru caíram -10,95% de janeiro a outubro deste ano e somaram US$ 9,5 bilhões. Bem mais expressivo foi o corte nas importações de produtos desse bloco, que desabaram -19,22% para US$ 8,8 bilhões. Com exportações e importações em queda, o saldo em favor do Brasil que foi de apenas US$ 65 milhões em todo o ano de 2014 já supera os US$ 784 milhões em dez meses deste ano.

Oriente Médio

A exemplo do que aconteceu com relação à África, a forte redução nas importações de petróleo afetaram ainda mais drasticamente o comércio com os países do Oriente Médio.  Ano passado, o volume global de comércio com os árbes totalizou US$ 12,6 bilhões, proporcionando ao Brasil um superávit de US$ 2,419 bilhões. Este ano, apesar de as exportações brasileiras para o bloco sofrerem uma redução de -3,19% para US$ 8,234 bilhoes, as importações caíram ainda mais (-31,65%) para US$ 4,430 bilhões e com isso o intercâmbio bilateral gerou para o Brasil um saldo de US$ 3,803 bilhões até o mês de outubro.

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