São Paulo – O dólar valorizado sobre o real e o mercado interno menos demandante estão alavancando as exportações brasileiras de milho. Nos dez primeiros meses deste ano, as vendas externas da commodity alcançaram US$ 3,15 bilhões, com aumento de 13,6% sobre o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De janeiro a outubro de 2014, o valor foi de US$ 2,77 bilhões.
Em volume, as exportações do grão cresceram e em percentual maior, 25,4%, de 14,2 milhões de toneladas no acumulado dos primeiros dez meses de 2014 para 17,8 milhões de toneladas em iguais meses de 2015. Foram 3,6 milhões de toneladas a mais.
“A oscilação do dólar faz com que o produto fique mais competitivo”, afirma o consultor em comércio exterior de Mato Grosso do Sul, Aldo Barrigosse, referindo-se à valorização da moeda norte-americana frente ao real nos últimos cinco meses. Segundo ele, somado a isso, o Brasil se destaca mundialmente na produção de commodities agrícolas e tem uma safra grande de milho, com muita produtividade. “A produção tem crescido ano após ano, com diminuição da área plantada e aumento de produtividade”, afirmou Barrigosse.
O consultor cita também o mercado interno menor e o mercado externo que segue com demanda regular como fatores que vêm impulsionando as vendas internacionais do milho brasileiro. “O milho é demandado no mundo inteiro”, diz, sobre o uso da commodity como matéria-prima na alimentação humana e animal. No caso do mundo árabe, segundo Barrigosse, o grande consumo é para produção de alimento humano.
O maior importador do milho produzido no Brasil neste ano até outubro foi o Vietnã, com US$ 563,7 milhões; seguido por Irã, com US$ 510,6 milhões; Coreia do Sul, com US$ 252,8 milhões; Taiwan, com US$ 243,7 milhões; e Egito, com US$ 240,1 milhões. O Vietnã aumentou as compras sobre iguais meses do ano passado em 33,6% e o Irã diminui em 5,2%. Todos os demais importaram mais, Coreia do Sul em 4,8%, Taiwan em 4,7% e o Egito em 7,5%.
Na lista dos importadores de milho brasileiro mais países árabes aparecem, como Argélia, em 10º lugar, Marrocos em 11º, Arábia Saudita em 12º, Emirados Árabes em 15º, Tunísia em 21º, Kuwait em 22º, e Jordânia, em 23º, e outros em colocações inferiores.
Estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma safra de milho entre 81 milhões de toneladas e 82,7 milhões de toneladas na safra 2015/2016. A queda deve ficar entre 4,2% e 2,3% sobre a colheita anterior. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz suas contas levando em conta o ano cheio e não a safra, espera aumento de 7,4% para a produção de milho em 2015, com 85,7 milhões de toneladas.
Fonte: ANBA