Exportações de carnes continuarão crescendo em 2011 com a abertura de novos mercados

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As exportações de carne bovina, suína e de frango deverão crescer em 2011, de acordo com as entidades que representam cada um desses segmentos. Embora 2010 já tenha sido um ano bom, especialmente para as carnes bovina e de frango, a recuperação da demanda internacional após a crise deve se intensificar ao longo deste ano, elevando preços e volumes embarcados.

Entre os principais desafios para a indústria está na conquista de novos mercados. A abertura dos Estados Unidos para as carnes de Santa Catarina é vista como passaporte para a entrada em mercados antes impensáveis, como a Coreia do Sul e o Japão.

No caso da carne bovina, a receita das exportações brasileiras deverá crescer para algo entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,5 bilhões, de acordo com Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec).

Segundo ele, a entidade se concentrará na abertura de mercados estratégicos. “Quero priorizar mercados de maior poder aquisitivo e que remunerem mais”, afirmou. Outros mercados a serem abertos são México, Indonésia, Turquia e Iraque. A ampliação das exportações para emergentes como Angola, China, Cuba e Marrocos também está na pauta.

Volume cai, preço sobe

Em 2010, a receita das exportações de carne bovina deve somar US$ 4,9 bilhões. O valor é US$ 100 milhões menor que a projeção inicial de US$ 5 bilhões para o ano. Em volume, as vendas deverão atingir 1,64 milhão de toneladas equivalente-carcaça. Em 2009, a receita das exportações atingiu US$ 4,12 bilhões e o volume, 1,924 milhão de t equivalente-carcaça.

Os principais fatores que prejudicaram o desempenho das exportações de carne bovina no ano foram a perda de competitividade por causa do câmbio, o embargo dos Estados Unidos à carne termoprocessada brasileira devido à detecção de ivermectina acima do permitido e a recuperação ainda gradual de alguns importantes mercados importadores da carne bovina brasileira.

Apesar do desempenho aquém do esperado, os preços estão reagindo no exterior. Até novembro, de acordo com a entidade, os valores médios praticados subiram 17%, mas as dos concorrentes também acompanharam o movimento. “O grande objetivo da Abiec, com um trabalho com o governo, é trazer competitividade à carne brasileira”, declarou Camardelli.

Produtores de suínos especulam no mercado interno

Após a queda registrada em 2010, os embarques de carne suína devem voltar ao patamar das 600 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). “Como o mercado interno esteve muito mais atrativo do que o externo, pudemos exercer a opção por não vender aos preços que os importadores ofereciam, para melhor remunerarmos nossos produtos”, disse o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto.

Já para 2011, Camargo Neto acredita que o volume exportado de carne suína brasileira deverá voltar à média histórica, com a previsão de início das vendas para mercados importantes, como Coreia do Sul, Estados Unidos e União Europeia.

As exportações de suínos encerram 2010 com um volume 7,5% menor que o de 2009, passando de 607,489 mil toneladas para 561,882 mil toneladas. O número está abaixo da média anual registrada nos últimos cinco anos, de 600 mil toneladas/ano. Mas a receita crescei 11,7%, para US$ 1,370 bilhão, devido, principalmente, ao aumento de cerca de 24% nos preços médios praticados.

Se 2010 foi um ano bom para os produtores de frango, com exportação recorde, 2011 será melhor, com um crescimento de 3% a 5% nos embarques, nos cálculos da União Brasileira de Avicultores (Ubabef). Deverá ser mais um ano de consolidação da posição do Brasil, conquistada em 2004, como maior exportador mundial de frangos. A receita deverá se recuperar aos níveis de 2008, quando atingiu US$ 6,8 bilhões.

Fonte: Monitor Mercantil

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