Da Redação (*)
São Paulo – As exportações de veículos voltaram a crescer no mês de março e no primeiro trimestre do ano registram uma alta de 6,3% para 79,4 mil unidades este ano contra 74,6 mil exportados em igual período do ano passado. Ao se comparar as 32 mil de março frente as 23,4 mil do mesmo período de 2014 o acréscimo foi de 36,8%. No comparativo com fevereiro, quando 31,3 mil veículos deixaram o País, a expansão foi de 2,4%.
Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que divulgou hoje (7), 7, em São Paulo, o desempenho do setor automotivo em março e no primeiro trimestre. De acordo com a Anfavea, as exportações de ônibus também seguiram em alta: +12% na comparação das 1,4 mil unidades do trimestre contra as 1,3 mil de igual período do ano passado.
Esse desempenho positivo não foi seguido pelo segmento das máquinas autopropulsadas, que exportou 2 mil unidades neste primeiro trimestre, um número 27,8% inferior às 2,7 mil unidades exportadas em igual período de 2014.
Ao analisar os números do setor automotivo nacional, o presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior afirmou que “Não tínhamos dúvidas que estes primeiros três meses seriam extremamente difíceis, mas a conjuntura dos fatos nos faz revisar as projeções. Entendemos a necessidade dos ajustes na economia e temos a expectativa de que eles sejam concluídos o mais rápido possível para que as atividades como um todo sejam retomadas”.
Segundo a entidade o licenciamento de autoveículos no terceiro mês do ano registrou 234,6 mil unidades, alta de 26,2% em relação a fevereiro com 185,9 mil veículos. No comparativo com março do ano passado a retração foi de 2,6% com 240,8 mil unidades no período. No acumulado do ano, o setor automotivo emplacou 17% a menos do que no ano passado: 674,4 mil unidades este ano e 812,7 mil em 2014. Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, o resultado positivo de março ante fevereiro era esperado:
“É preciso lembrar que em 2014 as festividades do Carnaval ocorreram em março, enquanto neste ano foram em fevereiro. O fato é que o desempenho do primeiro trimestre confirma a complexidade conjuntural que estamos vivenciando, com diversos fatores com impacto direto na confiança do consumidor e dos investidores”.
A produção no terceiro mês apresentou contração de 7% com relação a março do ano passado – 253,6 mil unidades contra 272,8 mil – e elevação de 22,9% frente a fevereiro de 2015, quando saíram das linhas de montagem 206,3 mil autoveículos. O total de unidades produzidas no trimestre ficou 16,2% abaixo do mesmo período de 2014: foram 663,1 mil unidades este ano contra 791,7 mil no ano passado.
Caminhões e ônibus
O licenciamento de caminhões terminou o mês com crescimento de 25,9% em relação a fevereiro – 6,5 mil e 5,1 mil unidades respectivamente. Contudo, na análise contra as 9,2 mil unidades comercializadas em março do ano passado, a diminuição é de 29,8%. O resultado no acumulado, com 19,3 mil unidades, está 36,6% inferior com relação as 30,4 mil de 2014.
A produção nos três meses já transcorridos deste ano está menor em 49,3% do que no ano passado, quando 42,8 mil caminhões foram fabricados – este ano o volume chegou a 21,7 mil. Em março de 2015 7,4 mil unidades deixaram as fábricas brasileiras, o que significa retração de 5,3% frente as 7,8 mil unidades de fevereiro e declínio de 46,7% contra as 13,8 mil de março de 2014.
No comparativo mensal das exportações o registro é de alta tanto com relação a março do ano passado quanto a fevereiro deste ano: as 1,8 mil unidades de março são 15,8% superiores as 1,5 mil do mesmo mês de 2014 e 25,6% acima das 1,4 mil de fevereiro. Houve registro de queda, porém, ao se analisar os três primeiros meses do ano: 6,7% a menos quando defrontadas as 4,2 mil de 2015 com as 4,5 mil de 2014.
As exportações de ônibus também seguiram alta: 12% na comparação das 1,4 mil unidades do trimestre contra as 1,3 mil de igual período em 2014. Já na produção, março encerrou com 2,8 mil chassis fabricados, um recuo de 2,9% sobre fevereiro com 2,9 mil unidades e de 24,7% contra as 3,7 mil de março do ano passado. Os dados do trimestre apontaram queda de 17,7% no confronto entre os 8,1 mil chassis produzidos este ano e os 9,9 mil no ano passado.
As vendas neste segmento no terceiro mês do ano ficaram 18,1% maior do que em fevereiro: 1,8 mil e 1,5 mil unidades. Na análise contra março do ano passado, quando foram comercializadas 2,4 mil unidades, a baixa foi de 26%. E no período acumulado de 2015 as vendas foram inferiores em 24,8% – 5,2 mil este ano e 6,9 mil em 2014.
Máquinas autopropulsadas
As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no terceiro mês de 2015, com 4,8 mil unidades, avançaram 30,9% ante fevereiro, que registrou 3,7 mil, mas retraíram 12,5% com relação as 5,5 mil de março do ano passado. No acumulado a queda foi de 20,3% com 11,9 mil unidades em 2015 e 14,9 mil em 2014.
A produção em março deste ano ficou 23,5% superior daquela registrada em fevereiro – 6 mil contra 4,9 mil – e 14% abaixo das 7 mil fabricadas em março passado. No acumulado as 15,5 mil unidades apresentaram declínio de 22,1% frente as 19,9 mil de igual período de 2014.
As exportações no trimestre foram de 2 mil unidades, 27,8% menor do que as 2,7 mil do ano passado. Se analisado apenas março, quando 614 máquinas deixaram as fronteiras, a queda é de 25,8% no comparativo com as 828 unidades de fevereiro e de 47,1% contra os 1,2 mil produtos de março de 2014.
Nova projeção
A Anfavea revisou sua previsão de licenciamento, vendas internas e produção de autoveículos e máquinas autopropulsadas para 2015. Na visão do presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Junior, o desempenho do primeiro trimestre ficou abaixo das expectativas e motivaram a revisão dos dados:
Para autoveículos, que engloba automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, a entidade projeta para este ano queda de 13,2% no licenciamento, crescimento de 1,1% nas exportações e declínio de 10% na produção. Já para o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias, a estimativa é de recuo de 19,4% nas vendas internas, de aumento de 1% nas exportações e de retração de 16% na produção.
(*) Com informações da Anfavea