Exportações brasileiras para a China despencam ladeira abaixo: até junho, queda chega a 22,23%

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Da Redação

Exportações brasileiras para a China despencam ladeira  a baixo (1)Brasília – As exportações brasileiras para a China, maior parceiro comercial do País, não param de  cair. De janeiro a junho, as vendas de produtos brasileiros para o mercado chinês acumulam uma retração de  22,23%. No sentido oposto, as exportações chinesas para o Brasil também apresentam trajetória de queda, ainda que em ritmo menos acentuado: -9,16%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Com as exportações em baixa e as importações se retraindo em um grau menos acelerado,  cai igualmente o saldo obtido pelo país no intercâmbio com os chineses.

Nos seis primeiros meses do ano, as exportações para a China somaram US$ 18,475 bilhões e os chineses absorveram 19,59% de todo o volume exportado pelo Brasil no período.  Em igual período de 2015, as vendas brasileiras totalizaram US$ 23,880 bilhões. Na outra ponta do comércio bilateral, as exportações chinesas atingiram o montante de US$ 16,720 bilhões, inferiores em 9,16% aos US$ 18,405 bilhões vendidos ao Brasil no primeiro semestre do ano passado. A participação chinesa nas importações brasileiras este ano é de 18,15%.

Os dados  do MDIC mostram que este ano o Brasil deverá registrar um dos menores –senão o menor- superavit nas trocas comerciais com os chineses desde o ano de 2009. De janeiro a junho, o saldo é de apenas US$ 1,756 bilhão. Ano passado, em igual período, a balança bilateral era favorável ao Brasil em  US$ 5,350 bilhões. Em todo o ano de 2014, as exportações brasileiras superaram as importações de produtos chineses em US$ 3,721 bilhões.

Exportações brasileiras para a China despencam ladeira  a baixo (4)A tendência nas trocas com a China é  de retração crescente dos saldos a favor do Brasil e até mesmo de uma volta aos números registrados em 2007, quando a balança comercial fechou com um saldo chinês  no montante de US$ 3,251 bilhões. Nos anos seguintes, o Brasil obteve superávits sucessivos e relevantes:  US$ 5,092 bilhões (2009), US$ 5,190 bilhões (2010),  US$ 11,523 bilhões (cifra que marca um recorde histórico em termos de superavit brasileiro em 2011), US$ 6,976 bilhões  (2012), US$ 8,722 bilhões (2013) e US$ 3,271 bilhões (2014).

De janeiro a junho, a retração nas exportações brasileiras para a China foi  determinada pela forte queda nas vendas de dois dos três principais produtos que integram a pauta exportadora para o mercado chinês: soja, mesmo triturada, e minérios de ferro.

As vendas da soja, carro-chefe das exportações, despencaram 20,19% e geraram uma receita da ordem de US$ 9,562 bilhões, contra US$ 11,982 bilhões exportados para a China em idêntico período do ano passado. E em relação à soja, uma dado relevante:  sozinha, a commodity é responsável por 51,76% de todo o volume exportado para a China no período.

Por outro lado, a retração nas exportações de minérios de ferro foi ainda mais acentuada: -59,99%, passando de US$ 6,561  bilhões exportados  no período  janeiro-junho do ano passado para US$ 2,625 bilhões no primeiro semestre deste ano.

Exportações brasileiras para a China despencam ladeira  a baixo (3)A forte retração nas exportações de soja e minério de ferro não foi compensada nem mesmo pelo excepcional aumento (+52,30) nas exportações de petróleo para os chineses. Com a alta, a China desbancou os Estados Unidos e tornou-se o maior importador de petróleo do Brasil. As exportações geraram receita no montante de US$ 2,423 bilhões, contra US$ 1,591 bilhão vendidos aos chineses nos seis primeiros meses do ano passado.

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