São Paulo – Com um volume total de quase 17 milhões de toneladas, as exportações brasileiras de alimentos para os países árabes foram recorde em 2013 e aumentaram sua participação na pauta geral. Os protagonistas no último ano foram produtos como carnes, açúcar e cereais. As carnes do Brasil conquistaram o topo do ranking, com um total de mais de US$ 4 bilhões.
Em volume, as vendas do produto atingiram quase dois milhões de toneladas, que representam mais de 10% das exportações brasileiras para a região. A informação é parte do balanço divulgado anualmente pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
O maior destaque entre os produtos que mais contribuíram para alavancar as exportações brasileiras fica para a “carne de frango em pedaços, congelada”, responsável por 15% do valor total geral (incluindo alimentos e outros) comercializado em dólar com os árabes em 2013. O produto apresentou crescimento de 11%, atingindo mais de US$ 2,1 bilhões. No mesmo ranking estão “outros açúcares de cana, beterraba, sacarose”, que conquistaram 9% do total da pauta de exportações em dólares, crescendo 26% em volume (toneladas) e 3% em valor comercializado, atingindo, respectivamente, 2,7 milhões de toneladas, totalizando quase US$ 1,2 bilhão.
Deve-se destacar que todos os produtos de origem animal, principalmente frango e carne bovina, têm a certificação Halal como ponto fundamental para exportação aos países árabes. Isto demonstrando a excelência das entidades certificadoras existentes no Brasil, que atuam há mais de 50 anos garantindo que os produtos são preparados de acordo com os preceitos islâmicos.
“O balanço desse ano demonstra um maior refinamento do produto brasileiro exportado aos países árabes. Nossas mercadorias já começam a consolidar sua evolução da condição de commodity para um perfil mais elaborado. Quando, por exemplo, se supera a venda do produto em sacas ou a granel, evoluindo para embalagens individuais voltadas já ao consumidor final o valor da mercadoria possuirá valor intrínseco. Assim melhoramos a qualidade e agregamos valor. Por exemplo, há empresas exportadoras de açúcar refinado que obtiveram certificação Halal, estampam a marca em suas embalagens e ainda rotulam em árabe – é um grande diferencial. Nota-se uma maior profissionalização das empresas brasileiras no sentido de atender aos padrões internacionais e intensificar exportações”, explicou o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby.
Entre os destaques merece ser citado o milho, que conquistou 9% do valor geral em dólares, crescendo 7% nesse sentido e 25% em volume para, respectivamente, mais de US$ 1,2 bilhão e 5,3 milhões de toneladas.
Oportunidades
Apesar de destacar a evolução do produto brasileiro, Alaby reforçou que a pauta nacional de exportações de alimentos ainda pode ser mais diversificada. Os 10 produtos mais exportados pelo Brasil – entre eles, açúcares, frango, minério e milho – ainda são responsáveis por mais de 80% do total comercializado. Já apenas os três primeiros concentram 41% desse total. “Isso demonstra uma grande oportunidade de negócios, ainda temos um potencial enorme das exportações brasileiras para explorar no mercado árabe”, acrescentou.
Apresentando um dos crescimentos mais expressivos do ano, encontra-se o setor de lácteos. Produtos como leites condensados, por exemplo, cresceram 38% em valor e 33% em quantidade, assim como cremes de leite apresentaram respectivos aumentos de 3% e 5%. Nesse ponto, outro destaque são as frutas e legumes, com “limões e limas” crescendo 33% em milhões de dólares exportados e 32% em volume, “melões frescos”, respectivamente, quase 6.000% e 4.000%, bem como “outros feijões comuns” 84% e 101%.
Outro ponto de destaque da pauta é o reaquecimento das relações comerciais com a Líbia. Em 2013 as exportações do Brasil para o país cresceram quase 20%. Um dos maiores parceiros comerciais brasileiros, os Emirados Árabes Unidos também demonstraram aumento expressivo no total importado, crescendo mais de 5%, num total de aproximadamente US$ 2,5 bilhões. No último ano, o país figurou como o segundo no ranking de comércio com o Brasil, atrás apenas da Arábia Saudita. Outro grande importador dos produtos brasileiros, a Argélia também apresentou aumento significativo.
Fonte: Câmara de Comércio Árabe Brasileira