Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil // Foto: Amcham

Comércio Brasil-EUA bate recorde no trimestre mas clima é de incerteza e apreensão com tarifaço de Trump

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Da Redação (*)

Brasília – A corrente de comércio (exportação+importação) entre o Brasil e os Estados Unidos totalizou  US$ 20 bilhões no primeiro trimestre do ano, cifra recorde  para o primeiro trimestre do ano desde o início da série histórica em 1997. No período, as trocas comerciais entre os dois países registraram uma alta de 6,6%, segundo consta da edição do Monitor de Comércio Brasil-EUA, publicação trimestral da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) divulgado hoje (14).

De acordo com o estudo, as exportações de produtos industriais brasileiros foram o grande destaque do intercâmbio bilateral ao totalizarem  US$ 7,8 bilhões, com uma alta próxima de 8% entre os meses de março e janeiro, a maior cifra já registrada para um primeiro trimestre. O valor confirma um aumento expressivo na liderança dos Estados Unidos como principal destino das vendas externas da indústria manufatureira brasileira, com o mercado americano respondendo por 18,1% do total exportado pelo setor no período.

Apesar desses números positivos, o clima na indústria brasileira de transformação é de apreensão gerada pelas tarifas  anunciadas pelo presidente Donald Trump, da ordem de 10% para as exportações brasileiras em geral, e 25% sobre aço, alumínio e autopeças. A manutenção dessa sobretaxa terá reflexos importantes nas exportações de manufaturados brasileiros para os EUA.

Diálogo é fundamental para reduzir tarifas

Ao analisar o “tarifaço” americano, o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto afirmou que “é fundamental o Brasil se engajar nas discussões com os EUA, buscando eliminar ou reduzir significativamente sobretaxas, abrir exceções  dentro das taxas setoriais que foram aplicadas até o momento. É importante o Brasil fazer isso cedo do que tarde, para assegurar que as nossas exportações continuem tendo boas condições de entrar no mercado americano”.

Para ele, “os resultados do primeiro trimestre de  2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais o comércio e os investimentos bilaterais”.

O Monitor da Amcham informa que seis dos dez prinipais produtos embarcados para os Estados Unidos registraram altas relevantes. Entre eles se destacaram sucos (+74,4%), óleos combustíveis (+42,1%); café não torrado (+34%); aeronaves (+14,9%) e semiacabados de ferro ou aço (+14,5%). Outro destaque na pauta exportadora, a carne bovina, figurou pela primeira vez entre os dez principais produtos exportados para os EUA, ocupando a nona posição, graças a uma alta de 111,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

O Monitor da Amcham destaca que no primeiro trimestre do ano as importações brasileiras de produtos americanos somaram US$ 10,3 bilhões, com uma alta de 14,7%. Os produtos da indústria americana de transformação responderam por 89,2% dos embarques, com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados. As importações de petróleo bruto cresceram 78,3%, revertendo tendência de queda registrada no primeiro trimestre do ano passado.

(*) Com informações da Amcham Brasil

 

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