Brasília – A acidez marcante e brilhante, aroma de chocolate e melado de cana são características do café produzido nas Montanhas do estado do Espírito Santo. As condições edafoclimáticas (solo, temperatura, clima, vento, umidade do ar, relevo, por exemplo) da região proporcionam o cultivo desse café especial que recebeu o registro de Indicação Geográfica (IG), nesta terça-feira (4), o que permite o uso da Denominação de Origem “Montanhas do Espírito Santo” para o produto. A concessão do registro foi publicada na Revista da Propriedade Industrial (RPI) número 2626.
Requerente do pedido de registro, a Associação de Produtores de Cafés Especiais das Montanhas do Espírito Santo (ACEMES) comemora a certificação. “Esse registro permitirá agregar valor ao produto, com um maior reconhecimento aos produtores e visibilidade do produto com garantia de rastreabilidade. É uma excelente oportunidade de potencializar o agroturismo do café especial das montanhas”, declarou o produtor Rodrigo Dias, que também é presidente da ACEMES.
A ACEMES reúne 60 associados de 16 municípios capixabas que mantêm a produção cafeeira das Montanhas do Espírito Santo com elementos de herança secular, predomínio da pequena propriedade agrícola, uso da mão de obra da agricultura familiar e trabalho realizado de forma majoritariamente artesanal.
A miscigenação cultural das unidades familiares produtoras de café, formada principalmente por descendentes de portugueses, alemães e italianos, com seus respectivos saberes, contribui como um elemento de diferenciação da região.
A área da IG Montanhas do Espírito Santo abrange a totalidade do território dos municípios de Afonso Claudio, Alfredo Chaves, Brejetuba, Castelo, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Iconha, Itaguaçu, Itarana, Marechal Floriano, Rio Novo do Sul, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante.
Para o superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Espírito Santo, Aureliano Nogueira da Costa, o reconhecimento oficial dessa IG é motivo de celebração não só para os produtores da região, mas também para as entidades que contribuíram com esse processo, assim como para toda a cadeia produtiva. “A IG contribui para a promoção da região e de seu produto tão especial no país e até internacionalmente. É uma ferramenta que poderá, agregada a outros fatores, contribuir para o desenvolvimento rural cada vez maior da região”.
O superintendente também destacou a importância do Fórum Origem Capixaba, que reúne instituições regionais para o apoio às IGs e marcas coletivas no estado.
A IG Montanhas do Espírito Santo é a segunda Denominação de Origem a obter o reconhecimento oficial no Espírito Santo. A primeira foi a Caparaó, também para o produto café, em fevereiro de 2021. O estado regista sete Indicações Geográficas registradas, sendo cinco na espécie Indicação de Procedência (IP) e duas Denominações de Origem (DO).
Com essa DO, o Brasil passa a ter 11 IGs registradas para o produto café, sendo quatro DOs e sete IPs, distribuídas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Bahia.
A Coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Mapa atua, em conjunto com as Divisões de Desenvolvimento Rural (DDR) das Superintendências Federais de Agricultura nos estados (SFAs) no fomento ao uso de IG e marca coletiva como ferramentas de desenvolvimento rural do país.
(*) Com informações do Mapa