Da Redação
Brasília – O presidente da Argentina, Maurício Macri, realiza nesta terça-feira (7) visita oficial a Brasília para uma ação conjunta com o Brasil com o objetivo de preparar o Mercosul para avançar em negociações externas para tornar o bloco mais ágil e dinâmico e sobretudo mais pragmático e menos político e com isso capaz de avançar nas negociações de acordos de livre comércio como as que vêm sendo realizadas com a União Europeia.
A ideia é se chegar a um forte alinhamento de posições entre o Brasil e a Argentina e posteriormente envolver o Paraguai e o Uruguai num processo mais dinâmico e consistente de negociações com o bloco europeu. A Venezuela, suspensa do Mercosul em dezembro passado, seguirá à margem do processo.
A situação atual e perspectivas futuras do intercâmbio comercial entre os países sócios do Mercosul também figuram na pauta das reuniões que serão realizadas em Brasília entre o ministro argentino da Produção, Francisco Cabrera, com os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Marcos Pereira (da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), na qual serão negociadas propostas de acordos que serão levadas na reunião de terça-feira aos presidentes Macri e Temer.
A visita acontece num momento em que acabam de ser divulgados números animadores relativos ao comércio entre o Brasil e seus três parceiros do Mercosul relativos ao mês de janeiro deste ano. No período, as exportações brasileiras para Argentina, Paraguai e Uruguai tiveram um aumento de 26,38% e somaram US$ 1,502 bilhão.
Por outro lado, as importações brasileiras junto a esses países atingiram a cifra de US$ 986 milhões, com um alta de 45,06% comparativamente com igual período de 2016. Os três sócios do Mercosul tiveram uma participação de 10,07% no volume total exportado pelo Brasil e de 8,09% nas importações realizadas pelo país. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Um dado interessante se sobressai nas estatísticas do comércio entre o Brasil e os países do Mercosul: nenhum outro bloco econômico tem uma participação tão expressiva dos produtos manufaturados nas exportações brasileiras quanto o Mercado Comum do Cone Sul.
Os bens de maior valor agregado responderam por 82,1% de todo o volume exportado pelo Brasil para o Mercosul , gerando uma receita da ordem de US$ 1,23 bilhão, contra uma fatia de 13,8% dos produtos básicos (no total de US$ 207 milhões) e de 3,88% dos produtos semimanufaturados (no valor de US$ 58 milhões).
A pauta exportadora para os três países foi liderada por automóveis (participação de 17%) e embarques no total de US$ 258 milhões, seguidos por petróleo (US$ 133 milhões e participação de 8,8%), veículos de carga (US$ 118 milhões, correspondentes a 7,9% do volume total exportado) e demais produtos manufaturados (US$ 77 milhões e 5,1% do volume exportado).
E se as exportações brasileiras cresceram 26,38% em janeiro, as vendas da Argentina, Paraguai e Uruguai para o Brasil tiveram um aumento muito mais expressivo e saltaram 45,06%, o maior aumento já registrado em um único mês nos últimos anos.
O aumento foi puxado por altas expressivas nas exportações de trigo em grãos (+27,7% para US$ 88 milhões) e sobretudo de impressionantes +4.114,5% para US$ 70 milhões nas vendas de milho em grãos e de 126,9% nos embarques de automóveis, gerando uma receita de US$ 70 milhões.