Balança tem saldo de US$ 2,2 bilhões em setembro mas é deficitária em US$ 1,6 bilhão no ano

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Da Redação com Agência

Brasília – A balança comercial brasileira registrou no mês de setembro superávit de US$ 2,2 bilhões,  uma queda de 15% em comparação com o mesmo mês do ano passado e também o menor saldo para um mês de setembro desde 2010.

Com esse saldo positivo, houve uma redução do deficit da balança comercial acumulado no ano, que recuou para US$ 1,6 bilhão. Esse é o maior saldo negativo verificado desde 1998, quando a balança comercial fechou negativa em US$ 3,6 bilhões. Os dados foram divulgados hoje (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A balança comercial brasileira começou o ano com perspectiva de deficit nos primeiros meses diante do atraso no registro de importações de combustíveis da Petrobras no valor de US$ 4,5 bilhões. A situação piorou com o fraco desempenho das exportações e a alta significativa das importações ao longo do ano, especialmente no setor de petróleo e derivados.

A chamada contra petróleo, que mede a diferença entre as importações exportações neste segmento, apresenta deficit de US$16,5 bilhões no ano, contra um saldo negativo de US$ 2,2 bilhões em 2012. No total, as exportações de petróleo e derivados retrocederam 34% este ano. Segundo o Midc, contudo, houve uma reversão desta tendência em setembro, quando as vendas ao exterior destes produtos cresceram 4,5%.

Segundo Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do MDIC, essa mudança reforçou a previsão da pasta de saldo positivo para a balança no final do ano. Segundo ele, o resultado de 2013 depende da melhora da conta petróleo e do câmbio.

“Mantemos expectativa de superávit comercial este ano. Houve um aumento de produção de petróleo, que gerou um aumento das exportações desse produto e isso confirma nossa expectativa de melhora da conta petróleo, que poderá acarretar em saldo positivo no fim do ano da balança comercial”, afirmou Godinho sem citar números.

Instituições como o Banco Central (BC) e a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divergem em suas previsões sobre o resultado final da balança comercial em 2013. O BC estima um saldo positivo de US$ 2 bilhões (a previsão no início do ano era de US$ 15 bilhões). Já a AEB, que representa importadores e exportadores, projeta saldo negativo de US$ 2 bilhões para este ano.

Daniel Godinho Godinho acrescentou que o impacto da valorização do dólar frente ao real já pode ser sentido na importação de bens de consumo não duráveis, mais sensíveis às alterações cambiais.

Segundo o secretário de Comércio Exterior, “o efeito nas exportações costuma demorar um pouco mais para ocorrer. Já temos resultados com alguns setores que indicam esses bons resultados advindos também da questão cambial”, acrescentou o secretário, citando recuperação no setor de automóveis e de mármores e granitos.

Exportações e Importações

Em Setembro, as exportações totalizaram US$ 21 bilhões, queda de 5% frente ao mesmo mês de 2012 pela média diária.Houve queda nas vendas de manufaturados (-11%) e semimanufaturados (-8,2 %), enquanto as de básicos subiram marginalmente (+0,4%). No acumulado do ano, houve queda de 1,6% ante o mesmo período de 2012, com as vendas ao exterior alcançando US$ 177,7 bilhões.

Por outro lado, as importações em setembro somaram US$ 18,9 bilhões, queda de 2,2% em relação ao verificado no mesmo mês do ano passado pela média diária. Caíram as compras de bens de consumo (-2,6%), bens de capital (-7,2%), combustíveis e lubrificantes (-3,4%), mas aumentaram levemente as importações de matérias-primas e bens intermediários (+0.6%)

Nos nove primeiros meses do ano, as compras do exterior foram de US$ 179,3 bilhões, alta de 8,7% frente ao registrado no mesmo período do ano passado.

Em termos de produtos, a soja seguiu como destaque nas exportações brasileiras. Em setembro, houve recorde nas vendas do grão para o mês, com US$ 1,9 bilhão em exportações. No acumulado do ano, as vendas ao exterior alcançaram US$ 21,7 bilhões, outro recorde histórico, segundo o MDIC. No total, foram quase 41 milhões de toneladas de soja exportadas este ano, alta de 33% frente a todo o verificado no ano passado.

Principal produto da pauta exportadora brasileira, o minério de ferro apresentou aumento de quase 15% no mês em relação a setembro do ano passado, fechando setembro em 29 milhões de toneladas e US$ 2,8 bilhões. Na avaliação do MDIC, as exportações do produto devem fechar o ano no mesmo patamar de 2012, quando atingiram 327 bilhões de toneladas.

Principais países de destino das exportações

De janeiro a setembro, o Brasil conseguiu aumentar as vendas para China (+11,2%) e Argentina (+10,7%) entre seus principais mercados. Por outro lado, houve retração nas exportações para União Europeia (-6,6%), Estados Unidos (-10,4%) e para o continente africano (-7%).

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