Da Redação
Brasília – As exportações do Brasil para Singapura, Malásia, Tailândia, Indonésia e Vietnã, que integram a Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN) são superiores ao total das vendas para o Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália, cinco dos integrantes do poderoso G7.
Em franca ascensão, o comércio com o Sudeste asiático, que em 2002 era de US$ 2,9 bilhões, ampliou-se para US$ 34 bilhões em 20 anos. Outro dado relevante: as trocas comerciais com a Asean respondem hoje por quase um quarto do superávit de US$ 73 bilhões acumulado pela balança comercial brasileira de janeiro a setembro deste ano.
Estes números robustos e crescentes são reveladores da importância do intercâmbio comercial com os países da ASEAN e ilustram a relevância estratégica da região para o comércio exterior brasileiro.
De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nos nove primeiros meses do ano as exportações brasileiras para a ASEAN totalizaram US$ 18,321 bilhões (alta de +1,9% comparativamente ao mesmo período do ano passado).
Um crescimento pequeno se comparado com a alta de +23,7% registrada em todo o ano de 2022, mas, ainda assim, capaz de consolidar o bloco de nações asiáticas no seleto grupo dos maiores parceiros comerciais do Brasil em todo o mundo.
Por sua vez, as importações brasileiras tiveram uma queda de -5,1% para US$ 7,022 bilhões, depois de terem crescido +4,4% no ano passado. Com esses números, o comércio bilateral acumula em 2023 uma corrente de comércio (exportação+importação) no total de US$ 25.343 bilhões, com uma ligeira queda de -0,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em nove meses, a balança comercial com o bloco de países asiáticos já proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 11,299 bilhões, indicando que o saldo ao final deste ano poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra de US$ 13,947 bilhões registrada em 2022.
Exportação de commodities e importação de manufaturados
Os dados da Secex/MDIC mostram uma forte concentração da pauta brasileira em commodities agrícolas e minerais. Com vendas no total de US$ 3,9 bilhões de janeiro a outubro, o petróleo lidera as exportações para a região e responde por 21% do volume embarcado para os países da ASEAN. Outros destaques da pauta são farelos de soja (US$ 3,4 bilhões e participação de 19%); minérios de ferro (US$ 1,67 bilhão e uma fatia de 9,5% nas vendas); e soja (US$ 935 milhões, correspondentes a 5,8% das exportações.
Do lado asiático, as exportações envolvem quase exclusivamente produtos industrializados, de maior valor agregado, como equipamentos de telecomunicações, o líder da pauta com um total de US$ 803 milhões (11% do total embarcado). Na sequência aparecem válvulas e tubos termiônicos, com US$ 774 milhões (11% do total); pneus de borracha, com um total exportado de US$ 353 milhões (5,0% do total); demais produtos da indústria de transformação (US$ 335 milhões e participação de 4,8% nas vendas ao Brasil); e gorduras e óleos vegetais (US$ 290 milhões, correspondentes a 4,1% do total).
Exportação e importação por país
Nos primeiros nove meses deste ano, Singapura foi o principal mercado para os produtos brasileiros nos países do Sudeste asiático, com exportações no montante de US$ 6,2 bilhões (34% das vendas totais brasileiras), seguida pela Tailândia (US$ 2,8 milhões); Malásia (US$ 2,7 bilhões); Vietnã (US$ 2,7 bilhões); Indonésia (US$ 2,6 bilhões); e Filipinas (US$ 1,13 bilhão).
A liderança nas exportações para o Brasil é do Vietnã, com vendas totais de US$ 2,2 bilhões (35% do total). Também se destacaram Tailândia (US$ 1,5 bilhão); Indonésia (US$ 1,140 bilhão); Malásia (US$ 1,091 bilhão); Singapura (US$ 724 milhões); e Filipinas (US$ 227 milhões).