Vice-presidente e Ministro Geraldo Alckmin / Foto: MDIC

Alckmin lidera missão à Índia com 150 empresários visando fortalecer laços econômicos e comerciais bilaterais

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Encontro vai reunir cerca de 150 empresas e entidades setoriais dos dois países para discutir oportunidades e buscar ampliar o comércio bilateral

Da Redação (*)

Brasília – Por ocasião da Missão Institucional e Empresarial à Índia, liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o MDIC e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizará, nos dias 16 e 17 de outubro, em Nova Deli, o Encontro Empresarial Brasil–Índia 2025. O evento terá transmissão ao vivo no canal da ApexBrasil no Youtube https://www.youtube.com/@ApexBrasil.

O Encontro vai reunir cerca de 150 empresas e entidades representativas brasileiras e indianas. As temáticas dos debates envolverão os setores de alimentos, bebidas, agronegócio, máquinas e equipamentos, casa e construção, tecnologia, química e saúde, moda e biocombustíveis dos dois países. A programação inclui seminários, reuniões bilaterais, mesas setoriais paralelas e painéis sobre investimentos, com o objetivo de ampliar a cooperação econômica e fortalecer o comércio bilateral entre Brasil e Índia – duas das maiores economias emergentes do Sul Global.

Ao lado de Alckmin, participam da Missão a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, o ministro de Comércio, Indústria e Serviços da Índia, Piyush Goyal, o presidente da Federation Of India Chambers of Commerce (FICCI), Harsha Vardhan Agarwal, e outras autoridades das duas nações.

Relação bilateral em expansão

Segundo o estudo Perfil de Comércio e Investimentos Índia-Brasil, da ApexBrasil, entre 2004 e 2024 a Índia avançou da 29ª para a 13ª posição entre os destinos das vendas externas brasileiras. Desde 2019, as exportações do Brasil para o mundo cresceram em média 7,3% ao ano, enquanto as vendas do país para a Índia cresceram 13,7%. A pauta exportadora, no entanto, segue altamente concentrada, com os três primeiros grupos de produtos representando 67,6% do total exportado.

Os principais produtos vendidos pelo Brasil ao país asiático incluem açúcar, petróleo bruto, óleos vegetais, algodão e metais, enquanto a Índia se destaca como fornecedora de produtos com maior valor agregado como medicamentos, insumos farmacêuticos, produtos químicos e autopeças.

Em 2024, o comércio entre Brasil e Índia somou US$ 12,1 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 5,3 bilhões e importações de US$ 6,8 bilhões.  O crescimento das vendas foi de 12,5% no período. Mesmo com um déficit comercial de US$ 1,6 bilhão, o cenário mostra potencial para diversificação e agregação de valor nas vendas do Brasil para a Índia, especialmente em setores como biocombustíveis, proteína animal, celulose, etanol e pedras preciosas.

Esta missão empresarial busca justamente adensar as cadeias produtivas entre as duas maiores democracias do Sul Global e ampliar as oportunidades de cooperação, fundamentais para a agenda de diversificação de mercados e de promoção de setores ligados à inovação. Em 2024, as vendas brasileiras para o mercado indiano cresceram 12,5%, e entre janeiro e setembro deste ano registramos um avanço de 27,5%. Ainda assim, entendemos que há espaço para fazermos mais”, destaca Ana Paula Repezza.

Cooperação estratégica

A missão ocorre em um momento global marcado por desafios e pela necessidade de diversificar mercados diante de medidas protecionistas internacionais. Para o Brasil, a Índia representa um mercado de 1,4 bilhão de habitantes, com uma classe média em expansão e crescente demanda por produtos agrícolas, energéticos e industriais.

Mapa de Oportunidades da ApexBrasil identificou 385 oportunidades de exportação brasileiras para o mercado indiano, refletindo a complementaridade entre as duas economias. Entre os destaques estão: produtos do agronegócio, como proteína animal, milho, etanol e celulose; além de pedras preciosas e semipreciosas, que dialogam com a forte indústria indiana de joias.

Contexto tarifaço

Assim como o Brasil, a Índia também foi afetada pelas tarifas norte-americanas, com elevação de até 50% sobre alguns produtos exportados. A imposição incluiu, além das tarifas “recíprocas”, um “encargo adicional” aplicado devido às importações indianas de petróleo russo. As tarifas afetam vários setores exportadores indianos, como joias, têxteis, produtos químicos, frutos do mar e bens industriais. A Índia reagiu classificando as medidas como injustas, destacando sua estratégia de autonomia e buscando evitar retaliar formalmente por enquanto.

SERVIÇO

Encontro Empresarial Brasil–Índia

Local: Hotel The Imperial, em Nova Délhi, Índia

Data: 16 e 17 de outubro

 

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